Ministro tentou derrubar governo, mas viu M5S se juntar ao PD
As vésperas de perder os cargos de ministro do Interior e vice-premier da Itália, o líder ultranacionalista Matteo Salvini prometeu na terça-feira (3) “retomar” o país.
O secretário federal do partido Liga fez uma transmissão ao vivo no Facebook logo após o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) divulgar a aprovação de uma aliança de governo com o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda.
“A partir de hoje vocês me verão mais positivamente bravo e determinado do que antes. Rodarei cidade por cidade, e retomaremos este país. Palavra de honra. Nós vencemos, eles fraudaram a partida, mas a vitória foi apenas adiada”, disse.
Com o argumento de que o M5S estava bloqueando projetos importantes para a Itália, Salvini tentou derrubar o primeiro-ministro Giuseppe Conte para forçar a convocação de eleições antecipadas a capitalizar o crescimento da Liga na preferência do eleitorado.
Com isso, Salvini, que chegou a pedir para o povo lhe dar “plenos poderes”, pretendia dispensar o movimento antissistema e chegar ao cargo de primeiro-ministro. O M5S, no entanto, abriu negociações com seu rival histórico, o PD, em uma espécie de coalizão “anti-Salvini”.
“O partido nascido para combater a casta se tornou mais casta do que a própria casta”, atacou o ministro do Interior, em referência ao ex-aliado. Nas eleições europeias de maio passado, a Liga obteve 34,3% dos votos na Itália e se tornou o partido mais popular do país, porém essa força não se reflete na atual legislatura, já que a legenda conta com apenas 18% dos assentos no Parlamento nacional.
As últimas pesquisas mostram que a Liga seria a mais votada em caso de eleições antecipadas e poderia até formar um governo apenas com aliados de extrema direita.
(com informações da ANSA)