A Polícia da Itália prendeu nesta segunda-feira (16) 10 líderes de torcidas organizadas da Juventus acusados de formação de quadrilha, extorsão agravada, lavagem de dinheiro e violência privada
Conduzido pelo Ministério Público de Milão e pela divisão de operações especiais (Digos) da Polícia de Estado italiana, o inquérito atingiu alguns dos principais grupos de “ultras” da Juve, como “Drughi”, “Tradizione-Antichi Valori”, “Viking”, “Nucleo 1985” e “Quelli… Di Via Filadelfia”.
Geraldo “Dino” Mocciola (líder dos “Drughi”), Salvatore Cava, Domenico Scarano, Umberto Toia (líder da torcida “Tradizione-Antichi Valori”), Luca Pavarino e Sergio Genre foram levados para a cadeia, enquanto Fabio Trincchero, Giuseppe Franzo (presidente da torcida “Quelli… Di Via Filadelfia”), Christian Fasoli e Roberto Drago estão em prisão domiciliar.
As autoridades também impediram Massimo Toia e Massimo Corrado de saírem de suas cidades, e todos os 12 suspeitos foram banidos dos estádios por 10 anos. Segundo a investigação, os líderes das torcidas organizadas formaram uma quadrilha que chantageava a Juventus para obter ingressos para os jogos do clube no Allianz Stadium.
Um inquérito anterior já havia detectado a presença da máfia ‘ndrangheta no negócio de revenda de bilhetes para as partidas da “Velha Senhora”. A investigação durou mais de um ano e teve início a partir de uma denúncia da própria Juventus, que havia decidido suspender privilégios concedidos a alguns “ultras” após o fim da temporada 2017/18.
A Polícia também realizou operações nas casas dos suspeitos e nas sedes das torcidas organizadas e apreendeu em uma delas, a dos “Drughi”, faixas com símbolos nazistas e fascistas, além de representações do ditador Benito Mussolini.
“Os Drughi são uma organização de tipo militar. As pessoas eram afastadas se não seguiam as indicações do líder indiscutível Dino Mocciola. São pessoas que fazem da violência um estilo de vida. A torcida é apenas um pretexto”, declarou a procuradora-adjunta Patrizia Caputo. (ANSA)