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Política dá o tom em filmes do Festival de Veneza

 

O tema política estará presente em pelo menos quatro dos 21 filmes que concorrem na 75ª edição da Mostra Internacional de Cinema de Veneza, que acontece entre os dias 29 de agosto e 8 de setembro

A política vem ligada à história mais antiga, como no caso das produções “Peterloo” e “Opera Senza Autore”, além de filmes como “22 July” e “Che Fare Quando Il Mondo è In Fiamme?”. Já fora do circuito de competição, a política ganha voz ainda mais forte em dois documentários, “Isis, Tomorrow” e “American Dharma”.

“Peterloo”, escrito e dirigido por Mike Leigh, faz um retrato dos fatos que aconteceram na Inglaterra em 1819, quando uma reunião pacífica pró-democracia em Manchester se transformou em um dos episódios mais sangrentos da história britânica.

Cerca de 60 mil pessoas reunidas pedindo reformas políticas e protestando contra os crescentes níveis de pobreza foram atacadas pelas forças do governo. Muitos manifestantes foram assassinados e centenas foram feridos, o que deu vida a novos protestos e repressões.

Cena de “Opera Senza Autore”, de Florian Henckel Von Donnersmarck

Entre política, arte e introspecção, chega em Veneza também “Opera Senza Autore”, do alemão Florian Henckel Von Donnersmarck, vencedor do Oscar em 2007 com “A vida dos outros”, premiado como melhor filme estrangeiro.

Inspirado em fatos reais, o longa conta três épocas da história alemã, atravessando a vida do artista Kurt Barnert, seu amor por Elisabeth e a relação problemática com seu sogro, o professor Seeband, que desaprova a escolha da filha e busca colocar um fim na relação dos jovens.

“22 July”, do diretor britânico Paul Greengrass, reconstrói o terrível massacre de Utoya, na Noruega, de 22 de julho de 2011, quando 77 pessoas, na maioria adolescentes, foram assassinados pelo neofascista Anders Breivik. O massacre e o processo que se seguiu foram contados graças ao testemunho de um sobrevivente.

“Che fare quando il mondo è in fiamme?”, do italiano Roberto Minervini, se apresenta como uma reflexão sobre o racismo nos Estados Unidos, através do retrato íntimo de uma comunidade no verão de 2017, após uma série de assassinatos de jovens afro-americanos por parte da polícia.

Fora de concurso

“American Dharma”, de Errol Morris, também nos guia à atualidade. O documentário mostra uma conversa real entre dois ex-colegas de faculdade que pensam de forma completamente diferente. De uma parte, o diretor democrata, e de outra, o ultraconservador Steve Bannon, que idealizou a direita radical e é ex-estrategista do presidente Donald Trump.

Por fim, “Isis, Tomorrow”, de Francesca Mannocchi e Alessio Romenzi, busca responder a uma simples pergunta: o que significa ser um filho do Estado Islâmico? O longa apresenta as vozes de filhos de membros da milícia, que foram treinados para o combate e para se tornar kamikazes na complexidade do pós-guerra no Iraque.

(Agência ANSA)