{mosimage}Produtores italianos querem expandir a venda de vinhos, azeites e massas ao Brasil
A Itália teve participação de destaque na Fispal Food Service, a Feira Internacional de Produtos e Serviços para a Alimentação Fora do Lar, de 6 a 9 de junho, em São Paulo. Com a presença de 1400 empresas, a Fispal é a maior feira do setor na América Latina e atraiu cerca de 65 mil visitantes este ano.
Batizado de Punto Italia, o espaço reuniu 12 empresas que apresentaram o melhor da produção italiana de alimentos. Massas, azeites extravirgens e vinagres balsâmicos artesanais destacaram-se entre os produtos expostos. Foram mostrados pratos prontos desidratados, como sopas, massas e risotos, águas minerais, alimentos em conserva e produtos orgânicos.
A participação da Itália foi organizada pelo Instituto Italiano para o Comércio Exterior (ICE). O objetivo é aumentar as vendas de produtos italianos no mercado brasileiro e diversificar as exportações de alimentos e bebidas para o país.
— A iniciativa promove oportunidades de negócio para a indústria e salienta a qualidade e diversidade dos produtos agroalimentares italianos — disse Giovanni Sacchi, diretor do ICE no Brasil. Para ele, a grande participação da Itália na feira é importante para a abertura de novos mercados e o desenvolvimento de parcerias estratégicas.
Fabricante de azeite de oliva, a Basso Fedele & Figli, de San Michele di Serino, já vende seus produtos no Brasil há muitos anos, mas espera aumentar a exportação para o país. Exporta azeites para os Estados Unidos e a Ásia, fornece azeite para marcas privadas de seus clientes e tem linha de produtos próprios.
O azeite Basso é vendido na rede gaúcha de supermercados Zaffari, que recebem o mesmo produto consumido na Itália.
— Queremos fazer um trabalho semelhante em todo o Brasil. Nosso objetivo é que cada estado brasileiro tenha um distribuidor de nosso azeite — declarou o gerente de exportações da empresa, Joe Cirino.
Vista como uma oportunidade para expor os produtos da empresa, Cirino considerou a feira deste ano um pouco fraca em termos de negociações, mas esperava que até o último dia o evento trouxesse chances de novas parcerias.
Faltam compradores de grandes grupos alimentares. Há uma diferença entre o número de curiosos e de pessoas que realmente buscam fazer negócios — disse.
O diretor de negócios da Fiamma Vesuviana, Alfredo Ambrosio, também se mostrou insatisfeito com os resultados do evento.
— Esperava encontrar uma feira mais visitada pelos grandes distribuidores locais, mas a maioria até agora é dona de pequenos restaurantes, mais interessados em equipamentos. Grupos de pequeno porte não têm condições de importar grandes quantidades de produto — explicou.
Localizada em Ottaviano, na encosta do vulcão Vesúvio, a Fiamma Vesuviana é uma empresa familiar formada a partir de outra marca, a Conserve Ambrosio. Além de produzir alimentos em conserva, como cogumelos e alcachofras, fabrica massas de grano duro e molhos de tomate, engarrafa azeites e distribui vinagres balsâmicos.
Assim como a Basso, a Fiamma Vesuviana já vende seus produtos no mercado brasileiro. A empresa tem parceria com as redes Carrefour e Wall-Mart e deve exportar para o grupo Pão de Açúcar.
No terceiro dia da feira, Ambrosio não acreditava que a situação fosse melhorar até o final do evento.
— Poderia ser melhor se ouvesse maior participação de grandes importadoras e distribuidores locais — resumiu.
Vinhos
A Itália espera, ainda, aumentar sua participação no mercado brasileiro de vinhos. Também em junho, aconteceu em São Paulo o Benvenuto Brunello, durante o qual
32 produtores italianos visitaram o país, em uma parceria do ICE com o Consorzio del Vino Brunello di Montalcino, uma associação de produtores independentes. Foram organizados seminários, rodadas de negócios e degustação de marcas como o Brunello di Montalcino e o Moscadello di Montalcino.
Em 2010, a produção do Consorzio del Vino Brunello di Montalcino totalizou mais de 11 milhões de garrafas vendidas. Os principais países consumidores do vinho italiano são Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Canadá, Inglaterra e Japão. O objetivo agora é incluir o Brasil na lista.