Grupo empresarial da Emília-Romanha será o responsável pelas obras no litoral do Espírito Santo

O novo porto de Itaoca vai falar italiano. Baseada em Modena, a Piacentini Costruzioni Spa, através de sua filial Piacentini Tecenge do Brasil, com sede no Guarujá (SP), foi contratada para construir o porto de Itaoca, em Itapemirim, no litoral sul do Espírito Santo. A obra foi encomendada pela sociedade que gerencia o Terminal Offshore em Itaoca e irá se estender em uma área de 660 mil metros quadrados. As estruturas em terra irão hospedar 11 berços de atracação simultânea e um cais de serviço, e estarão ligadas ao mar aberto em uma área que cobre mais de 90 mil metros quadrados. A previsão é que a obra dure dois anos e que o porto entre em operação no início de 2017.
— A decisão de assumir a Piacentini foi tomada depois de uma acurada análise das tecnologias e dos tempos de construção que o grupo italiano já desenvolveu em outras áreas do mundo para realizar obras análogas. A empresa tem vasta experiência na construção em mar aberto e está em condições de garantir os requisitos necessários de sustentabilidade econômica, ambiental e social — explica Álvaro de Oliveira Junior, diretor da Itaoca Offshore.
O grupo afirmou-se como um dos líderes mundiais na realização de complexas obras marítimas. Uma das principais inovações, que caracterizam as estruturas portuárias realizadas pela Piacentini, é representada pelos anteparos metálicos, que permitiu à empresa a ampliação do seu espaço operacional, tanto na Itália quanto no mercado mundial. Filiais ativas no exterior, além daquela no Brasil, estão na Costa Rica, Líbia, Suíça e Indonésia, além de escritórios de representação. Sociedades de coparticipação estão presentes em Papua-Nova Guiné, Marrocos, Sérvia e Polônia.
— Para a realização do porto de Itaoca, nossa sociedade usará alicerces especiais. No específico, trabalharemos com anteparos metálicos, chamadas de estacas (palancole), setor no qual somos líderes mundiais e que, há muitos anos, representa nosso elemento de força e de altíssima especialização — explica Dino Piacentini, presidente do grupo italiano.

Empresa nasceu na Emília-Romanha durante o pós-guerra
A história do grupo começou em Palagano, nos Apeninos de Modena, em 1949, quando Stefano Piacentini fundou a primeira empresa. Em 1981, ele passou seu cargo para a segunda geração dos Piacentini: nascia a Piacentini Costruzioni Spa, até hoje inteiramente controlada pelos membros da família emiliana. Desde o início, sua especialização é realizar obras públicas, civis e industriais. O know-how nasce, desenvolve-se e evolui através de uma intensa atividade desenvolvida no âmbito da infraestrutura, principalmente pontes e rodovias. Com o novo caminho empreendido, a sociedade começa a olhar além das fronteiras, explorando as oportunidades representadas pelos mercados no exterior. O fundador teve uma ótima intuição: orientar a sociedade para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras, particularmente anteparos metálicos, que já viviam seu auge no norte da Europa, mas que na Itália só existia em nível acadêmico. O uso de ferros perfilados especiais, que permitem substituir os clássicos anteparos de cimento, garante grandes vantagens técnicas e econômicas em obras definitivas ou temporárias.
A partir de 1982, devido à liderança mundial no setor de estacas metálicas e dos anteparos metálicos combinados em grandes dimensões, o grupo cresceu em ritmo acelerado. Porém, não mudou sua filosofia, baseada na manutenção de um alto nível tecnológico. Ao mesmo tempo, desenvolveu uma sensibilidade ambiental, que orienta o ajuste de projetos e realizações em condições de reduzir os impactos causados por obras de tal porte.
— Ao longo de quase 70 anos de história, sempre trabalhamos com tecnologias de altíssimo nível, sem deixar em segundo plano a atenção à sustentabilidade ambiental. Para realizar este porto, estudamos soluções que limitem o impacto no ambiente — enfatiza Piacentini, resumindo a estratégia de sucesso que permitiu ao grupo abrir canteiros no mundo inteiro, da África ao Oriente Médio, do Caribe à América Central, até à Indonésia e ao Cazaquistão, sem esquecer a Europa. Na Itália, a empresa possui vários canteiros nos principais portos do país — como Nápoles, Gênova, La Spezia, Viareggio e Roma — e na construção de estradas, rodovias e pontes em várias regiões do Stivale.