Comitê visita o Rio para organizar a participação italiana nas Olimpíadas de 2016 e já decidiu por São Paulo como sede da preparação prévia

Depois da Copa, o Brasil descansa? O Rio de Janeiro, pelo menos, não. De 5 a 21 de agosto de 2016, a cidade, que recebeu sete jogos do Mundial de 2014, entre os quais a final Alemanha x Argentina, vai ser a sede da primeira Olimpíada realizada na América do Sul, seguida dos Jogos Paraolímpicos, em setembro do mesmo ano. A capital fluminense deve receber de 10 a 12 mil atletas de 28 esportes, alguns dos quais subdivididos em outras modalidades, e deve hospedar 204 comitês olímpicos nacionais. Cerca de sete milhões de ingressos para os Jogos serão vendidos, dos quais 3 milhões e 800 mil, segundo o comitê organizador, vão custar menos de 30 dólares.
As competições serão todas disputadas no Rio, à exceção do futebol, que terá jogos também em Brasília, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador — sedes da Copa de 2014. O Maracanã será o cenário da abertura e encerramento dos Jogos, e das finais do futebol. O Maracanãzinho, onde a Itália ganhou o título mundial masculino em 1990, será a sede do vôlei. O atletismo será disputado no Engenhão, que faz parte do núcleo Maracanã, assim como o Sambódromo, local de largada e chegada da Maratona e do tiro com arco.
A Olimpíada tem mais três núcleos: Barra da Tijuca, Copacabana e Deodoro. A Barra será uma espécie de coração dos jogos. Trabalha-se duro em turnos de trabalho de até 22 horas diárias para que tudo fique pronto. Lá serão instalados o principal centro de imprensa e a Vila Olímpica, com 31 edifícios e 10.060 quartos para alojar os atletas. Esportes como basquete, esgrima, ginástica artística, natação e saltos ornamentais se concentrarão ali. Copacabana vai abrigar vôlei de praia, maratonas aquáticas, longas provas de natação no mar, ciclismo de estrada e triatlo. No mesmo núcleo, inclui-se a Lagoa Rodrigo de Freitas, onde haverá competições de remo e canoagem de velocidade, a Marina da Glória, da qual vão largar as regatas de vela, e o Parque do Flamengo, com marcha atlética e de ciclismo de estrada. Em Deodoro, área que conta com a herança deixada pelo Pan e pelos Jogos Militares, as escalas dos mil operários vão de segunda a sábado, das 7h às 20h. O objetivo é ficar tudo pronto até dezembro de 2015. Depois de meses de críticas, o Comitê Olímpico Internacional demonstrou entusiasmado com o sucesso da Copa: espera-se atrair 480 mil visitantes para a Rio 2016.
 
Coni seleciona locais para instalar a Casa Itália no Rio
Faltam dois anos para a Olimpíada, e os italianos já se mobilizam em várias frentes para 2016. O diretor geral do Comitê Olímpico Nacional Italiano (Coni), Michele Uva, esteve no final de julho no Rio para tratar de assuntos relativos aos Jogos e procurar o local ideal para instalar a Casa Itália, que provavelmente será na Barra da Tijuca, lugar mais central das competições.
— Já vimos uns oito ou nove locais— revela Uva à Comunità.
Uva revela preferência pelas proximidades do Parque Olímpico:
— A Casa Itália é um cartão de visitas do nosso país. No Brasil há uma comunidade italiana muito grande. É ali que se apresentam os atletas premiados com medalhas, aonde vão jornalistas, torcedores e patrocinadores. Queremos um lugar perto do Parque Olímpico — comenta o dirigente.
Ele também elogiou a preparação da cidade para 2016:
— Vocês fizeram uma belíssima Copa do Mundo. Têm tudo para fazer uma grande Olimpíada. Haverá muitas eliminatórias, mas pensamos que talvez a Itália traga ao Brasil em torno de 200 ou 250 atletas — estima.
A preparação prévia para a Olimpíada em 2016 foi confirmada para acontecer na capital paulista, na Universidade de São Paulo (USP). O dirigente explica que foi uma decisão de ordem técnica, por ser “o local mais adequado para treinamentos”.
Em 2012, Roma desistiu da candidatura para organizar a Olimpíada de 2020, que será realizada em Tóquio. Na época, o então premier Mario Monti considerou a possibilidade de ser sede como um fardo econômico para o país, que vivia o auge da crise econômica. Mas a Cidade Eterna, sede olímpica de 1960, não está descartada para uma futura candidatura:
— Giovanni Malagò, presidente do CONI, está verificando e avaliando a situação política e econômica para Roma talvez concorrer aos Jogos de 2024 — revela.