O prefeito de Amatrice, Sandro Pirozzi, é um dos investigados pela Procuradoria de Rieti devido a queda de um edifício no centro da cidade durante os fortes terremotos de 24 de agosto de 2016, confirmou o próprio político nesta sexta-feira (9)
“Às 7h30 desta manhã, eu fui notificado de uma conclusão de investigação preliminar dos agentes da polícia judiciária, feita pela Procuradoria da República no Tribunal de Rieti. Eu sou um dos investigados em um caso referente a 2009, em mérito do qual evidencio minha estraneidade aos fatos”, informou em nota Pirozzi.
O caso refere-se a uma moradia de três andares que havia sido evacuada, em 2009, pelo então prefeito Carlo Fedeli. Naquele ano, por conta de outro terremoto registrado na cidade de Áquila, que fica próxima a Amatrice, o prédio na Piazza Sagnotti apresentou rachaduras no piso e fissuras nas paredes dos andares superiores.
No entanto, segundo a Procuradoria, os reparos contratados para a moradia não foram feitos e a Prefeitura local recebeu o dinheiro referente à obra.
Pirozzi, após assumir como novo prefeito e, consequentemente, ser também o chefe da Proteção Civil, permitiu a volta de moradores ao local. Por isso, agora, ele está sendo investigado por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar). Além do político, outras oito pessoas estão sendo investigadas pelo caso
“Sou estranho aos fatos contestados e fico triste ao observar que tal ato foi notificado para mim, casualmente, a 22 dias de uma importante votação eleitoral, onde estou envolvido em primeira pessoa: as eleições no Lazio no próximo 4 de março”, escreveu ainda Pirozzi, que é candidato no pleito regional.
O prefeito de Bari e líder da Associação Nacional das Comunas Italianas (Anci), Antonio Decaro, lamentou que Pirozzi tenha sido incluído em uma investigação por conta dos sismos.
“É o momento de dizer chega. Não é possível que o prefeito, só porque é o ponto mais exposto das instituições democráticas, aquele que os cidadãos conhecem diretamente e em quem põem suas preocupações mais sérias nos momentos mais grave, seja pessoalmente alvos de ações, causadas por calamidades”, disse Decaro em nome da entidade.
A série de terremotos iniciadas em 24 de agosto de 2016 devastou o centro histórico de Amatrice e matou, apenas na cidade, 299 pessoas. “Eu sofro profundamente em ser envolvido em um procedimento após a morte de tantos caros amigos, algo que deriva de uma ordem feita por um prefeito que me antecedeu e do tempo que a Procuradoria usou para intervir neste caso – e não nos outros”, disse ainda Pirozzi.