Nesta quinta-feira (2), o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, anunciou que proporá ao governo a demissão do subsecretário do Ministério de Infraestrutura e Transportes, Armando Siri, expoente do partido ultranacionalista Liga que é investigado por corrupção.
A decisão de Conte, anunciada em um breve pronunciamento em Roma, arrisca abrir uma nova crise no governo, já que a Liga é contra a demissão de Siri, enquanto o outro partido da base aliada, o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), exige sua saída.
“Na ordem do dia do próximo conselho dos ministros, apresentarei minha proposta para demitir o subsecretário Armando Siri”, disse Conte, acrescentando que cobra dos membros do governo “uma alta taxa de ética pública”.
Além disso, o primeiro-ministro alertou os dois partidos que o apoiam, pedindo para o M5S não “cantar vitória política” e para a Liga “não reagir de modo corporativista”.
“Os magistrados estão prontos a encontrá-lo [Siri], e ele demonstrará sua total estraneidade a um caso surreal. Em um país civilizado funciona assim. Deixo a Conte e Siri suas escolhas, para mim tanto faz, desde que me expliquem”, disse o poderoso ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, secretário da Liga e fiador político de Siri.
“Não comemoro nem acredito que seja uma vitória. Dito isso, estou contente que o governo possa seguir em frente”, declarou o também vice-premier e ministro do Trabalho Luigi Di Maio, líder do M5S, atendendo ao apelo de Conte.
Siri é alvo de um inquérito que apura o suposto pagamento de propinas por parte de empresários do setor eólico. Segundo os procuradores, o subsecretário receberia 30 mil euros para ajudar na aprovação de algumas emendas à Lei Orçamentária, que, por sua vez, acabaram tendo parecer negativo do governo.