O “Domus Transitoria”, o primeiro palácio do imperador Nero, destruído no grande incêndio de Roma em 64, foi aberto pela primeira vez ao público depois de dez anos de uma delicada restauração
O suntuoso palácio, que chegou a ser decorado com folhas de ouro, pedras preciosas e pérolas, está em ruínas. Mas os visitantes podem ver as latrinas, muito bem preservadas, bem ao lado do local.
O palácio foi projetado para aliviar o imperador do calor sufocante do verão romano. Segundo os arqueólogos, ele provavelmente se sentava em um trono de mármore com uma fileira de fontes à frente, e à sombra de um dossel de seda.
Nero, entretanto, não pôde aproveitar muito tempo seu “Domus Transitoria”, assim chamado por permitir unir duas colinas que circundam a cidade, Palatino e Esquilino.
Na noite de 18 de julho de 64, um incêndio devastou Roma. Durante uma semana a cidade ardeu em chamas e também destruiu o palácio, onde as ruínas ainda preservam vestígios do fogo.
Nero, então, mandou rapidamente construir um novo palácio, o imenso “Domus Aurea”, um suntuoso complexo de edifícios com jardins, vinhedos e até um lago artificial. Ironicamente, as latrinas, provavelmente construídas para os trabalhadores e escravos empregados na vasta obra, que resistiram melhor ao longo do tempo.
Um boato histórico diz que foi o próprio Nero quem ordenou o incêndio. O historiador Tácito conta que o imperador acusou os primeiros cristãos, que sofreram violentas perseguições. Nero comandou Roma entre os anos de 54 e 68, quando morreu, aos 30 anos.
(AFP)