A Procuradoria de Nápoles pediu nesta quarta-feira (24) uma pena de cinco anos de prisão para o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi pela compra e venda de apoio no Parlamento durante o último governo de seu rival Romano Prodi (2006-2008).
O ex-Cavaliere é acusado de ter subornado diversos senadores, com destaque para Sergio De Gregorio, para que eles deixassem a base aliada do então premier e derrubassem seu gabinete, o que efetivamente aconteceu em maio de 2008.
Prodi foi sucedido justamente por Berlusconi, com quem polarizou a política italiana durante boa parte dos anos 1990 e 2000. As acusações se baseiam em declarações do próprio De Gregorio, para quem a Procuradoria de Nápoles pediu um ano e oito meses de cadeia.
Segundo a acusação, o conservador Berlusconi teria investido milhões de euros para comprar senadores da centro-esquerda. De Gregorio, que enfrentava grandes dificuldades econômicas, teria aceitado o suborno. Os pagamentos teriam sido feitos pelo jornalista Valter Lavitola, ex-braço direito do ex-primeiro-ministro.
Para ele, a Procuradoria pediu uma pena de quatro anos e quatro meses de prisão. “O objetivo de Berlusconi era derrubar o governo Prodi, o modo não lhe interessava”, disse o procurador Vincenzo Piscitelli.
Com esse processo, fica cada vez mais improvável um retorno do ex-premier às urnas. Ele já está inelegível até 2019, devido a uma condenação em última instância por fraude fiscal em 2013, caso que levou à cassação do seu mandato de senador.
Por conta da sentença, ele foi obrigado a realizar um ano de serviços sociais em um asilo, pena encerrada no início de 2015. Berlusconi também quase foi preso por causa de uma acusação de prostituição de menores e abuso de poder, mas acabou sendo absolvido pela Corte de Cassação de Roma.
A sentença do processo de compra e venda de apoio no Parlamento está prevista para o dia 8 de julho. (ANSA)