"De acordo com fontes governamentais, o presidente Giorgio Napolitano teria sugerido que Prodi refletisse sobre a possibilidade de não se apresentar ao voto de confiança do Senado", afirmaram as duas agências.
A Câmara dos Deputados deu o voto de confiança ao mandatário nesta quarta-feira por 326 votos a favor contra 275 contra, o que já era esperado por especialistas.
Por sua vez, a votação no Senado, prevista para a quinta-feira, poderá determinar a queda do frágil governo de centro-esquerda liderado por Prodi, já que perdeu o apoio do pequeno partido Udeur, do ex-ministro da Justiça Clemente Mastella, investigado por corrupção. A Itália adota o regime parlamentarista e o chefe do governo necessita do apoio dos ramos do Parlamento, em caso contrário deve renunciar.
A incerteza política que atinge a Itália se deve ao fato de o Executivo não ter os votos necessários nem o apoio dos senadores vitalícios, designados pelo presidente da República e não por voto popular, para obter a maioria no Senado.
Segundo o jornal La Repubblica (esquerda), o 'Professor', como Prodi é chamado, estava disposto a batalhar no Senado, já que calculava que dois dos três senadores da Udeur iriam dar seu apoio, o que parece ser pouco provável agora.
A renúncia de Prodi provocaria provavelmente eleições antecipadas. Segundo o diário La Stampa, "a esquerda está aterrorizada diante da possibilidade de que se convoquem essas eleições".
As pesquisas indicam uma vitória indiscutível da direita por 10 a 12 pontos, com 56% a 54% dos votos contra 44/45%, o que poderia indicar o regresso ao poder do líder da oposição, o magnata das comunicações Silvio Berlusconi, que foi primeiro-ministro por cinco anos (2001-2006).
Fonte: AFP / G1