“ZeroZeroZero” traz olhar sombrio sobre comércio de cocaína em adaptação de livro de Roberto Saviano
Passada entre México e Itália, a nova série televisiva “ZeroZeroZero” examina o violento e perigoso mundo do tráfico de cocaína, em uma adaptação do livro do escritor italiano Roberto Saviano.
A série de oito episódios segue personagens de cartéis mexicanos da droga, de um grupo do crime organizado calabrês, além de todos os intermediários que buscam sua fatia no lucrativo mercado da cocaína.
Ao lado de Saviano, os membros do elenco e da equipe da série estrearam os dois primeiros episódios no Festival de Cinema de Veneza na quinta-feira (5), levando os espectadores das montanhas da Calábria para as cidades de Monterrey e Nova Orleans.
“A série é uma história realmente internacional… você tem a frente americana, a frente mexicana da história, a frente italiana, ela nos leva ao redor do mundo”, disse o ator Dane DeHaan.
“Ela mostra todos os aspectos do tráfico de drogas, toda história e você realmente consegue conhecer essas pessoas pessoalmente, e as histórias se tornam pessoais, amarradas pelos fatos sobre como toda essa cocaína chega ao mundo todo.”
A série, que tem também como estrelas o ator Gabriel Byrne, de “Os Suspeitos, e Andrea Riseborough, do filme “W.E.” e da série “Black Mirror”, começa com uma encomenda gigantesca de cocaína feita na Itália.
Roberto Saviano
Saviano, de 39 anos, foi lançado à fama com seu livro “Gomorra”, de 2006, sobre a máfia napolitana. Desde a publicação, o autor vive sob proteção policial.
Em “ZeroZeroZero”, que foi publicado em 2016 e cujo nome deriva de um apelido para cocaína pura, Saviano mergulha no comércio global de cocaína, examinando sua influência na economia global, considerando o produto como uma commodity tão potente como o petróleo.
“A gasolina abastece motores, a cocaína é o petróleo dos corpos humanos”, disse o autor.
“Com um investimento de 5 mil euros em cocaína, você pode se tornar um milionário… Isso transforma a cocaína na lâmpada mágica de Aladdin para todos, mas o problema é que poucos conseguem obtê-la, e essa é a razão pela qual estão tão prontos para matar.”
(com informações da Reuters)