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Protesto estudantil no Chile termina com 874 presos e 90 policiais feridos

O subsecretário do Interior do Chile, Rodrigo Ubilla, informou hoje que os dois protestos realizados na quinta-feira por estudantes secundaristas, universitários e professores terminaram com 874 manifestantes presos e 90 policiais feridos. 

Na manhã de ontem, estudantes e funcionários do setor educacional do Chile ergueram barricadas em 12 pontos da capital para protestar pela qualidade e gratuidade do ensino no país.

As marchas não foram autorizadas pelo governo que justificou com esse argumento a atuação repressiva da polícia que impediu as mobilizações com uso de gás lacrimogêneo. Mais de mil oficiais foram deslocados para impedir concentrações de estudantes. A repressão policial provocou a reação da população que se mobilizou e fez "panelaços" de dentro de suas casas, depois de acolher o chamado da presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (Fech), Camila Vallejo. Ao "panelaço", se somou o "buzinaço" dos motoristas em trânsito, principalmente nos bairros de Santiago.

A Confederação dos Estudantes Universitários (Confech) entregaria hoje uma resposta oficial à proposta apresentada pelo governo de melhorias na educação, mas, durante os protestos, os estudantes pediram que o Ministério da Educação elaborasse um novo plano em seis dias. O Executivo descartou essa possibilidade e disse que enviará o projeto para a apreciação do Congresso.
O irmão do presidente chileno Sebastián Piñera, o músico Miguel, afirmou hoje, em entrevista a um canal de televisão universitário, que apoia "100% os estudantes" e que os jovens "lutam por algo que é justo: educação gratuita para todos".
Segundo Miguel, ele chegou a expor sua posição ao irmão e declarou estar disposto a intermediar o conflito em busca de uma solução. Há dois meses, as escolas e universidades públicas estão ocupadas e uma ampla mobilização, que chegou a reunir cerca de 400 mil pessoas nas ruas do Chile no final de junho, pede melhorias na educação.

Fonte: Ansa