Segundo o mandatário, a Pirelli está no país há mais de 80 anos e tem uma posição local muito forte. As especulações sobre o possível fechamento de fábricas ocorrem após o anúncio da empresa de que, em breve, terá controle chinês. Nesta semana, o grupo ChemChina fechou acordo para comprar 26% das ações da empresa e que ele terá, ao menos, 50,1% do negócio a partir de julho.
Provera destacou que a venda ao proprietário chinês não afeta em nada as fábricas daqui, mas que a crise do setor automotivo no Brasil pode fazer com que a Pirelli faça cortes na operação local.
Diversas montadoras brasileiras já estão ajustando-se à realidade da economia, com férias coletivas e cortes no número de funcionários. Como a empresa italiana depende da demanda do mercado local, é bem provável que deva seguir pelo mesmo caminho, mas sem anunciar o tamanho dessas reduções.
Atualmente, a Pirelli possui fábricas em Feira de Santana (BA), Gravataí (RS), Campinas e Santo André (SP) e tem cerca de 12 mil funcionários. Segundo dados divulgados pelo jornal, a Pirelli tem na América Latina, 34% das suas vendas mundiais.
De acordo com a entrevista de Provera, a parceria abrirá mais espaço para a empresa no mercado chinês e no norte-americano e dobra sua presença global no segmento de pneus para caminhões, ônibus e tratores.
Ainda de acordo com o “Estado”, a operação da ChemChina na empresa deve variar entre 50,1% e 65%.
Sobre Provera, a entrevista mostrou que ele tem ainda a função de presidente no grupo pelos próximos cinco anos e poderá nomear um sucessor. Além disso, poderá reabrir o capital da empresa após quatro anos. Segundo informações do mandatário, a Pirelli deve saltar da 15ª para a 4ª ou 5ª posição no mercado após o acordo. (ANSA)