A chamada “flat tax” é uma das bandeiras do governo Liga-M5S
(ANSA) – Uma das principais bandeiras do novo governo da Itália, a redução das alíquotas do imposto de renda, já é motivo de divergências dentro de um dos partidos que dão sustentação ao primeiro-ministro Giuseppe Conte.
O acordo entre o Movimento 5 Estrelas (M5S) e a Liga prevê a adoção de duas únicas alíquotas de imposto de renda (15% e 20%) para pessoas físicas e jurídicas, em um sistema chamado “flat tax”, usado apenas por Rússia, Ucrânia e algumas nações bálticas entre os países europeus.
Em entrevista à emissora “Rai”, o senador Alberto Bagnai (Liga), cotado para subsecretário do Ministério de Finanças, disse que há um acordo para implantar a redução tributária para empresas em 2019 e para pessoas físicas em 2020. A declaração virou motivo de ironia por parte da oposição, que já acusa o governo de adiar suas propostas.
No entanto, o também senador Armando Siri, colega de Bagnai na Liga, disse que “não é verdade” que a flat tax entrará em vigor no ano que vem apenas para pessoas jurídicas. “Haverá também para as famílias, mas se deve fazer passo a passo. Já existe a flat tax para empresas, e nós vamos estendê-la”, afirmou o parlamentar, que é estrategista econômico do ministro do Interior e secretário da Liga, Matteo Salvini.
Segundo ele, a desoneração tributária custará cerca de 30 bilhões de euros. Durante um comício em Fiumicino, nos arredores de Roma, Salvini afirmou que “vale o que está escrito no contrato” e que o primeiro objetivo é a “paz fiscal”, com o fim das disputas entre cidadãos e o governo por questões de impostos.
Atualmente, as empresas italianas arcam com uma alíquota de 24% sobre seus rendimentos, enquanto as pessoas físicas se dividem entre cinco faixas, de 23% a 43%.