Comunità Italiana

Reforma ainda gera protestos

Estudantes de várias cidades da Itália foram novamente às ruas nesta sexta-feira para protestar contra as reformas na educação propostas pelo governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi. As principais manifestações aconteceram em Roma, mas houve protestos também em Milão, Nápoles, Pisa, Cagliari e Torino.

Os estudantes reivindicam a anulação do decreto Gelmini –nome dado em referência à ministra da Educação Mariastella Gelmini, que propôs a reforma.

A lei foi aprovada no fim do mês passado pelo Senado italiano e, entre outros tópicos, reduz em mais de 8 bilhões de euros (cerca de R$ 22 bilhões) o orçamento das escolas públicas. Em Roma, a manifestação reuniu ao menos 25 mil pessoas, segundo os promotores, informou o site do jornal "La Repubblica".

Nas ruas da capital, eles chegaram a jogar ovos nas vidraças de bancos, acusando o governo de tirar recursos da educação para financiá-los. Alguns jovens tentaram bloquear uma estação de metrô e foram presos pela polícia.

Nos distúrbios, um estudante e uma agente de polícia ficaram feridos e um repórter do "La Repubblica" tomou uma pancada de cassetete no braço. Os estudantes atiraram garrafas de vidro e uma delas quebrou o vidro traseiro de um carro estacionado.

Em Milão, os protestos foram mais pacíficos, mas reuniu grande quantidade de estudantes. O momento mais tenso ocorreu pela manhã, quando um grupo de 50 estudantes correu em direção à galeria Vittorio Emanuele, mas foram impedidos por um grupo de policiais.

Em Cagliari, cerca de 5 mil estudantes universitários fizeram desfiles e alguns usaram máscaras em referência ao videoclipe da música "The Wall", do grupo britânico Pink Floyd, carregando faixas irônicas com os dizeres "não precisamos de educação".

Reforma

A reforma já havia sido amplamente rejeitada por estudantes e professores em outras manifestações, desde que foi proposta no início de agosto. A oposição e os estudantes exigiam a retirada do texto, que estabelece a introdução de uma nota de conduta como requisito para aprovação nas disciplinas.

A medida também prevê o fechamento de 86 mil postos de trabalho, de professores e funcionários, nos próximos três anos. No ensino primário, haverá apenas um professor para todas as disciplinas, exceto informática, inglês e religião.

Outros motivos para a falta de acordo com os estudantes e com os pais dos alunos é o fechamento de muitas escolas que estão em lugares isolados, o aumento de estudantes por turma e a redução da carga horária letiva (das 40 horas semanais para 24).

O plano prevê também um corte de 8 bilhões de euros (R$ 22 bilhões) dos gastos do governo no ensino superior.

 

 

Fonte: Folha Online