No rescaldo das eleições na Sicília, que impuseram uma dura derrota ao Partido Democrático (PD), o líder da principal força da centro-esquerda na Itália, o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, garantiu nesta última terça-feira (7) que não desistirá de voltar ao Palácio Chigi.
No último domingo (5), o PD obteve apenas 18,65% dos votos na disputa pelo governo da Sicília, que era controlada pela sigla desde 2012, e viu o nascimento de um antagonismo entre o populista Movimento 5 Estrelas (M5S) e uma ampla aliança do conservador moderado Silvio Berlusconi com ultranacionalistas.
A derrota do Partido Democrático aumentou a pressão sobre Renzi, que desde sua renúncia ao cargo de primeiro-ministro, em dezembro passado, não conseguiu recuperar a popularidade de antes.
Declaração
“Há meses tentam me colocar de lado, mas não conseguirão, nem mesmo desta vez. Pessoalmente, acredito na equipe. Somos um belo grupo de pessoas e podemos reivindicar os sucessos do passado e os projetos para o futuro. Aqui não recuamos nem um centímetro”, escreveu Renzi em sua newsletter semanal.
O ex-premier ainda acrescentou que o PD precisa “parar de brigar internamente” para vencer as eleições legislativas previstas para março de 2018, quando ele tentará retomar o governo da Itália. Renzi liderou o país entre 2014 e 2016, mas renunciou por causa de sua derrota no referendo constitucional de dezembro passado.
Ele foi substituído pelo correligionário Paolo Gentiloni, uma figura mais discreta, menos polêmica e que começa a ser ventilada como possível alternativa para liderar o PD nas eleições de 2018, embora o próprio primeiro-ministro já tenha aparecido ao lado de Renzi para defender sua candidatura.
Além disso, dissidentes do Partido Democrático têm dado sinais positivos a uma eventual candidatura do presidente do Senado, Pietro Grasso, como líder de uma coalizão de centro-esquerda.
Hoje no PD, Grasso abandonou recentemente o grupo da legenda no Parlamento e cogita mudar de partido após o fim da atual legislatura. (ANSA)