Osteria Francescana é o único a ganhar duas vezes o prêmio
(AFP) O restaurante italiano Osteria Francescana, do chef Massimo Bottura, foi eleito nesta terça-feira em Bilbao (Espanha) “o melhor do mundo” pela lista britânica “The World’s 50 Best”, repetindo o triunfo de 2016.
A Osteria Francescana, situado na cidade de Módena, sucede assim ao nova-iorquino Eleven Madison Park, do chef suíço Daniel Humm, que no ano passado liderou a lista elaborada pela revista britânica Restaurants e nesta edição ficou em 4ª lugar.
“Meu primeiro pensamento vai para minha equipe em Módena, em Florença”, disse um eufórico Bottura ao receber o prêmio. “Isto é uma coisa surpreendente, é algo que construímos juntos”, acrescentou, dirigindo-se a chefs da Europa, Américas, Ásia e África.
Na segunda posição desta controversa mas influente lista ficou o espanhol Celler de Can Roca, da cidade catalã de Girona, ganhador em 2013 e 2015. O terceiro lugar foi para o francês Mirazur, do chef argentino Mauro Colagreco.
O “top 10” premiou, ainda, com a 5ª posição e como “melhor restaurante da Ásia” o estabelecimento tailandês Gaggan, dirigido pelo chef indiano Gaggan Anand, instalado neste país há 11 anos.
O país mais presente na lista deste ano foi a Espanha, com sete restaurantes entre os 50, seguida pelos Estados Unidos, com seis, e França, com cinco. Mas o Peru também obteve destaque, já que no Top 10 entraram o Central e o Maido, na 6ª e 7ª posição, respectivamente.
O francês Cédric Grolet foi eleito “melhor confeiteiro”, por seu trabalho no estabelecimento Meurice, em París.
O prêmio de “melhor mulher chef”, em uma premiação que reconheceu principalmente homens, foi para a britânica Clare Smyth, do restaurante Core, que recentemente foi responsável pela comida do casamento do príncipe Harry da Inglaterra com Meghan Markle.
Na cerimônia também foi premiado pela sua trajetória o chef peruano Gastón Acurio, um dos grandes promotores da cozinha de seu país no exterior.
Formado em Paris, seu principal restaurante é o Astrid y Gastón, que abriu em Lima em 1994 com sua mulher alemã e que caiu seis posições na lista deste ano, passando do número 33 ao 39.
“A cozinha une a humanidade. Quando celebramos nossas diferenças, só podem acontecer coisas boas”, declarou o chef peruano ao receber o prêmio, no palácio Euskalduna de Bilbao.
O chileno “Boragó”, do chef Rodolfo Guzmán, teve um bom desempenho, subindo 15 posições, até a 27ª.
A lista “50 Best” chega a sua 17ª edição, após uma série de críticas recebidas nos últimos anos, em particular de vários chefs franceses, que a consideram menos rigorosa que a lista Michelin e veem com suspeitas os seus poderosos patrocinadores do setor alimentar.
No caso do prestigioso guia francês Michelin, de grande tradição, inspetores anônimos pontuam os estabelecimentos com base em cinco critérios.
O procedimento é muito diferente para a lista dos “50 Best Restaurants”: 1.040 votantes de 26 regiões do mundo devem selecionar 10 restaurantes que tenham visitado nos últimos 18 meses, e pontuá-los segundo a “experiência” que tiveram. Seu júri é formado por chefs, críticos e “gourmets muito viajados”.