A queda de Eike Batista foi capa da Bloomberg Businessweek desta semana. Em uma reportagem de cinco páginas, a revista norte-americana fez um “passo-passo” de como o empresário perdeu US$ 34 bilhões em praticamente um ano.
Em março do ano passado, Eike alcançava uma fortuna de US$ 34,5 bilhões, figurando na sétima posição entre os homens mais bilionários do mundo, segundo ranking da Bloomberg. O dinheiro do empresário, entretanto, se evaporou rapidamente à medida que o desempenho das suas empresas ficaram repetidas vezes aquém de suas promessas, afundando seus planos para criar um império logístico. A última atualização do ranking aponta que a fortuna do empresário está atualmente em US$ 73,7 milhões.
No que se anuncia como um dos maiores colapsos financeiros pessoais da história, se não o maior, Eike pode estar chegando à falência, aponta a reportagem. O texto ainda brinca: “dizem que o papa Francisco planeja voltar ao Brasil em breve e visitar os pobres de novo, incluindo, dessa vez, Eike Batista”.
Segundo a publicação, o empresário tem passado os últimos meses tentando levantar seu império, com a renúncia do controle das empresas que já foram consideradas as mais promissoras, renegociando dívidas com bancos e credores, incluindo o fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala, e tentando evitar a quebra da problemática empresa de petróleo e gás OGX (OGXP3), que tem uma dívida total 11 vezes maior do que seu valor de mercado. Ele vendeu participação na ex-MPX Energia (MPXE3), agora Eneva, para a empresa alemã E.ON, vendeu, em setembro, o controle da LLX Logística (LLXL3) para a EIG Global Energy Partners, e, por último, anunciou um acordo de venda do Porto Sudeste, da MMX Mineração (MMXM3), para o fundo Mubadala e a trader de commodities Trafigura.
A derrocada do império de Eike tem deixado-o “melancólico e atordoado” nos últimos dias, disse uma pessoa que o encontrou recentemente à Bloomberg Businessweek. Em entrevista ao Wall Street Journal, publicada em 15 de setembro, ele mencionou a história do empresário norte-americano Elon Musk, fundador da PayPal e hoje dono da Tesla Motors (de carros elétricos), como exemplo de empreendedor que se consagrou mesmo com descrédito do mercado.
“O sr. Eike constantemente dizia, ‘não aposte contra ativos à prova idiotas’, mas parece que seus ativos não eram bem à prova de idiotas”, disse Greg Craig, um investidor de Telluride que possui ações e bônus da OGX e tem investimentos em outras empresas de Eike, à revista.
E o cenário pode ficar ainda mais escuro para o empresário, cita a reportagem. Caso a OGX não consiga honrar com seus credores a dívida que possui no mercado internacional, de US$ 3,6 bilhões, poderá vir a decretar o maior default da história. (Infomoney)