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Revolução com a cabeça e os pés

16 de junho de 2014 - Por Comunità Italiana
Revolução com a cabeça e os pés

Revolução com a cabeça e os pésLivro de jornalista italiano sobre o jogador Sócrates conduz a uma viagem pela vida do craque que participou de movimentos políticos e deixou lembranças inesquecíveis entre os italianos

O começo é o final, como uma profecia. Foi na madrugada de domingo 4 de dezembro de 2011, quando Sócrates morreu em um hospital em São Paulo. Algumas horas depois, no estádio do Pacaembu, o Corinthians empatou com Palmeiras e venceu o campeonato. As torcidas, embora rivais, fizeram um comovido minuto de silêncio em homenagem ao lendário jogador. Foi em um dia triste assim, e feliz, que o Magrão partiu, lembrou o autor Lorenzo Iervolino. Ele revela uma curiosidade: durante uma entrevista feita 28 anos antes, um jornalista lhe perguntou como via a morte e ele respondeu: “A minha morte? Pensando bem, eu gostaria de morrer num domingo, com o Corinthians campeão”. Profético desejo.
O livro Un giorno triste così felice. Socrates, viaggio nella vita di un rivoluzionario (Um dia triste, assim, feliz. Sócrates, uma viagem na vida de um revolucionário, da editora 66th and 2nd), foi apresentado na Embaixada do Brasil em Roma, no último 22 de maio.
— É o melhor momento para apresentar um livro de memórias de um jogador tão importante como Sócrates. Lorenzo Iervolino nos contatou no ano passado e acompanhamos o trabalho dele diariamente, consultando livros na nossa biblioteca. A sua obra é resultado de empenho, dedicação, pesquisas e várias entrevistas — comentou o embaixador Ricardo Neiva Tavares durante a apresentação do livro.
O jornalista e escritor Iervolino nasceu em 1980, portanto, tinha apenas dois anos quando a seleção brasileira perdeu de 3×2 para a Itália na Copa da Espanha, em 1982. Naquela época, o  quarteto formado por Falcão, Zico, Cereso e Sócrates era invencível, até o encontro com Paolo Rossi.
— Em compensação, os brasileiros disseram que Paolo Rossi, depois daquela Copa, nunca mais iria brilhar. Assim aconteceu, como uma vingança — observou o jornalista Mario Sconcerti durante o evento.

Sócrates chegou a Florença desiludido com o fracasso da emenda Dante de Oliveira
As recordações que Sócrates deixou na Itália impressionam e vão além do futebol. Ele chegou em 1984 a Florença para jogar pela Fiorentina, mas a decisão de deixar o Brasil foi fruto de uma desilusão política, pois participou intensamente da campanha Diretas Já (1983- 1984), além de ter sido um dos principais idealizadores do movimento Democracia Corinthiana (1982- 1984), que reivindicava para os jogadores mais liberdade e mais influência nas decisões administrativas do clube. Por causa de sua atividade política, o craque chegou a ser fichado pela ditadura militar. Ele dizia que, se a emenda constitucional a favor das eleições diretas não passasse, iria viver no exterior.
No entanto, o “exílio” em Florença desiludiu as expectativas italianas. Em 24 jogos com a Fiorentina, o “calcanhar de ouro”, como era conhecido, marcou apenas seis gols. Os outros jogadores lembram-se dele falando de filosofia, das ideias revolucionarias de Antonio Gramsci e do seu prazer pelo vinho italiano. Diziam que ele contava os dias para voltar ao Brasil; afinal, sentia que sua missão era tirar a pátria amada das garras da ditadura.
Entre o romance e a reportagem, Iervolino conta, em 342 páginas, a história de um revolucionário como se fosse o diário de uma viagem entre Brasil e Itália, São Paulo, Ribeirão Preto e Florença. Ele descreve as partidas em detalhes, com entrevistas e material de arquivo, mergulhando na infância de Sócrates, no período de estudante de medicina, nas primeiras experiências como jogador profissional, durante a ditadura militar e na Democracia Corinthiana. A sua descrição é repleta de diálogos que transformam as informações em uma leitura agradável, sem pesados dados técnicos.
Os personagens que marcam a história são frutos de uma alquimia rara, demasiadas coisas juntas e complexas, que aparentemente nunca poderiam ser misturadas como azeite e vinho, mas que se amalgamam numa fórmula formidável. Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, com 1,92 de altura e pés de bailarino (calçava 40), era médico e jogador, comunista e jogador, bebedor e jogador, fumador e jogador, pensador e jogador, revolucionário e jogador. Acima de tudo, era iluminado com luz própria, da cabeça aos pés.  

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.