Comunità Italiana

Ritmo de passione

Embaixador carioca comemora gemellaggio entre Rio de Janeiro e Florença

Capital cultural do Brasil, o Rio de Janeiro se tornou, em novembro, cidade-irmã de Florença, a capital cultural da Itália. Esse é um projeto que vinha ocupando o coordenadorde Relações Internacionais da Prefeitura carioca, embaixadorStelio Marcos Amarante.

Ele conta que foi o prefeito da cidade italiana quem procurou o Riopara propor o gemellaggio – como esse tipo de parceria é conhecido.O objetivo, explica, é facilitar transferências de tecnologia, moda e experiência com o turismo.

— Florença tem muito para nos oferecer, como por exemplo,na área de restauro. O Rio também tem muito a dar na questão do turismo. Será uma boa parceria — comemora o embaixador lembrando que no ano que vem será festejado o Momento Itália Brasil.

O entusiasmo do diplomata por assuntos relacionados com a Itália é antigo. Ele confessa que sempre desejou ser o embaixador do Brasilna Itália. Amarante decidiu ser diplomata após vencer um concurso do jornal O Globo, em 1963, no qual tinha de escrever sobre o murode Berlim. Como prêmio, uma viagem de 15 dias para a Alemanha.Amarante estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, cursou a Faculdade Nacional de Direito e chegou ao Instituto Rio Branco.

— Meu primeiro posto, em 1967, foi na Suíça, já como Segundo-Secretário. Uma das primeiras coisas que fiz foi visitar a Itália onde comprei um Alfa Romeo Berlina. Era o meu maior sonho — confessa.

{mosimage}Com seu carro, ele percorreu o país de norte a sul, nas várias vezes em que viajou para lá, a lazer. O diplomata acha o país “belíssimo”e percorrê-lo de carro “muito prazeroso”. Assim, não é de se estranhar que esteja atento à movimentação relacionada ao ano da Itáliano Brasil. Ele está trabalhando junto à Prefeitura para que alguns eventos possam ser realizados na cidade, mas ainda não há uma programação confirmada.

Depois de atuar como segundo-secretário na Suíça, Amarante foi paraa Colômbia e, em seguida, para o Irã,já como primeiro-secretário. Ao retornar para Brasília, foi indicado para Portugal como conselheiro. Mais uma vez de volta ao Brasil,foi nomeado chefe da Divisão da Europa Ocidental. Em seguida, o diplomata foi enviado para a Alemanha e depois Santiago do Chile.Somente em 1998 chegou ao cargo de embaixador do Brasil na Bolívia. Seu último posto fora do Brasil foina Irlanda.

Como todo diplomata, o embaixador domina diversos idiomas,entre eles: inglês, francês, espanhol e alemão. O italiano ele não fala,mas consegue entender. Segundo
ele próprio, seu dia a dia é tranquilo, apesar de ser por intermédio do seu setor que todos os assuntos doexterior chegam ao prefeito Eduardo Paes. Pedidos de audiência,reuniões, despachos periódicos com o prefeito, tudo passa por ele,que recebe cônsules e embaixadores no belíssimo casarão do Palácio da Cidade, em Botafogo, antiga Embaixada da Inglaterra.

Na avaliação de Amarante, o prefeito tem realizado um “intensotrabalho” no sentido de melhorar a cidade. Porém, acredita que, para atrair cada vez mais investimentos estrangeiros para o município será preciso “continuar dando atenção aos setores de infra-estrutura,transporte público e hotelaria”. Ele  destaca duas iniciativas da prefeituraque seguem por esse caminho: a recuperação da área portuária e a criação das linhas Bus Rapid Transit (BRT) “para que os ônibus deixem de ser os vilões da história”.

Quando o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, assumiu o cargo em 2008, logo solicitou uma ajuda ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, sobre quem ele deveria convidar para ocupar o cargo de coordenador de Relações Internacionais da prefeitura.A indicação foi categórica. Foi assim que Amarante, carioca de 68 anos, se tornou o diplomata oficial da cidade.

Depois de 40 anos percorrendo mundo afora representando o Brasil,o Embaixador já havia decidido se estabelecer, de vez, na sua cidade natal, mas cultivava o desejo de continuar a trabalhar. Quando recebeuo convite, aceitou de pronto.

— Eu comuniquei ao ministroa minha vontade e ele me indicou assim que houve oportunidade —conta ele que lamenta, apenas, a falta de tempo para viajar mais a lazere conhecer melhor o Brasil.