Pelo segundo ano seguido, o Brasil recebeu uma das maiores feiras europeias de meio ambiente industrial e sustentabilidade, a Ecomondo, que ocorreu em outubro, e se repetirá no próximo ano. O evento, referência em economia verde, exibiu tecnologias na cidade de São Paulo e promoveu o relacionamento entre empresários dos setores de reciclagem, eficiência energética e tratamento de resíduos. Ao todo, foram quatro mil visitantes e 40 expositores italianos.
O evento italiano Ecomondo comprou a Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade (FIMAI) e, em 2015 e 2016, chamou-se Fimai Ecomondo. A partir do próximo ano, se chamará apenas Ecomondo Brasil.
— Este é o maior evento de meio ambiente no Brasil, que dá continuidade à tradicional Fimai. O diferencial é a abertura gratuita ao público, exceto o seminário — disse Giulio Rossi, da Expo Estratégia, administrador da feira no país.
O objetivo da edição 2016 foi apresentar ao mercado equipamentos e soluções inovadoras para o desenvolvimento sustentável, bem como facilitar contatos entre investidores da economia verde no Brasil e potenciais parceiros estrangeiros.
— Esta segunda Ecomondo Brasil foi bem interessante e mostrou como o país está pronto para implementar os critérios de sustentabilidade — avaliou Lorenzo Cagnoni, presidente da Italian Exhibition Group (que organiza o evento). Este ano, o evento abrangeu diversos setores. Para 2017, as principais novidades serão relacionadas aos resíduos sólidos urbanos, industriais, reciclagem automotiva e eficiência.
A vinda dos expositores italianos foi o resultado de um coletivo organizado pelo ICE, com a contribuição da ISWA (International Solid Waste Association). O foco é a integração entre profissionais da indústria, prestadores de serviços, centros de pesquisa e desenvolvimento, além de chamar a atenção dos gestores públicos.
No próximo ano, o evento será realizado entre os dias 24 e 26 de outubro, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.
— Para a edição de 2017, a meta é afirmar ainda mais o evento com foco em dois fatores: lixo em energia e tecnologia de resíduos. A feira pretende ser a referência de profissionais e instituições do mercado, oferecendo as melhores soluções para o ambiente e para a promoção da sustentabilidade, com o apoio dos parceiros, expositores e visitantes, para o benefício de seus negócios e um horizonte internacional — concluiu Cagnoni.
No último mês de julho, em Bolonha, foi apresentado o relatório sobre a situação dos resíduos no Brasil, além de oportunidades de desenvolvimento para as empresas italianas em um mercado em expansão.
— Como uma das conclusões do estudo encomendado pelo ICE, explicamos que o Brasil possui grande demanda por tecnologias de tratamento de resíduos sólidos urbanos, que chamamos de uma “avenida” de oportunidades situada entre a coleta e a disposição final em aterros sanitários. A fração orgânica, correspondente a mais de 50% do total gerado no país, é a que apresenta maior demanda: desde coletores residenciais e tecnologias de tratamento para média e grande escala, sendo essa uma área de grande expertise na Itália — analisou o diretor-presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Carlos Silva Filho.
Notou-se ainda que, no Brasil, a relação entre os resíduos e a coleta do mesmo atingiu um índice de 90,6%, mas há fortes discrepâncias entre as diferentes regiões geográficas.
— O Brasil, no entanto, está se equipando com regulamentos na frente ambiental, muitas vezes alinhado com aqueles adotados na Europa, em particular na proteção do ambiente e dos seus recursos, no fracionamento e valorização de resíduos — finalizou Cagnoni.
Objetivos da Ecomondo
Conseguir 70% de reciclagem de papel, plástico, metal e vidro presentes em resíduos sólidos até 2030
Alcançar 80% de reciclagem total de embalagens entre 2025 e 2030
Alcançar 5% do aterro total até 2030
Proibir o tratamento térmico de materiais recicláveis
Separar o aterro dos vários métodos de reciclagem de materiais inertes