O líder do Movimento 5 Estrelas (M5S), Luigi Di Maio, fez críticas a Matteo Salvini, da Liga Norte, nesta segunda-feira (12), e o chamou de “traidor” e “capitão que abandona o barco”. Em uma assembleia com parlamentares do M5S, Di Maio disse que “Salvini dirá aos italianos para ‘ficarem serenos’. Mas pagará caro por ter traído o país”.
Como partidos mais votados nas últimas parlamentares eleições na Itália, o M5S e a Liga Norte compunham uma aliança de governo há 14 meses. No entanto, na semana passada, devido a uma sessão no Parlamento sobre um projeto de trem de alta velocidade no qual Liga Norte e M5S votaram em posições opostas, Salvini declarou que a aliança era incapaz de continuar no poder e pediu a convocação de novas eleições.
“[O presidente Sergio] Mattarella é o único que pode decidir quando e se haverá eleições. Já é surreal que exista uma crise [em pleno] feriado de Ferragosto”, lamentou Di Maio.
“Aos cidadãos é uma imposta uma preocupação não somente por novas eleições, mas pelo fato de que isso atingiria medidas importantes para eles. Um governo não tomaria posse antes de dezembro”, considerou o líder do M5S.
Com o governo rachado, o futuro fica nas mãos do atual primeiro-ministro, o jurista Giuseppe Conte. Ele pode apresentar sua renúncia ou se submeter a uma votação de confiança do Parlamento, opção que deve adotar. Se receber a aprovação dos parlamentares, Conte permanece no posto.
No entanto, caso seja rejeitado – o cenário mais provável -, o governo terminará e caberá ao presidente convocar novas eleições. O problema é que a Itália, historicamente, não realiza pleitos no segundo semestre, pois as eleições comprometem a agenda do Parlamento e a aprovação de medidas imprescindíveis, como o orçamento do próximo ano. (com informações da Ansa)