O ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, declarou “guerra à maconha” e anunciou, nesta quinta-feira (9), o fechamento de três lojas de produtos derivados da cannabis.
Esse tipo de negócio, que vem se popularizando no país, comercializa itens que contam com o princípio ativo da maconha, o THC (Tetraidrocanabinol), mas em um índice abaixo do limite de 0,2% imposto por lei.
A chamada “maconha light” é permitida na Itália desde janeiro de 2017, o que deu impulso à abertura de lojas por toda a península.
“Agradeço às forças de ordem e à magistratura porque está em curso o fechamento de três cannabis shops em Macerata, Porto Recanati e Civitanova Marche”, disse Salvini, durante um comício em Pesaro.
“A partir de hoje, começa uma guerra rua por rua, loja por loja, bairro por bairro, cidade por cidade”, acrescentou.
O ministro define esses estabelecimentos como “pontos turísticos da maconha” e os acusa de vender cannabis com níveis de THC acima do permitido por lei.
“A droga faz mal, se for preciso legalizar ou liberalizar alguma coisa, melhor a prostituição, uma vez que o amor faz sempre bem, principalmente de maneira protegida e controlada”, declarou.
A ofensiva de Salvini, no entanto, vai de encontro à postura do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), maior partido da base aliada e que tem um projeto para legalizar o cultivo e a venda de maconha.
“Não vejo motivo para fechar as lojas. O Estado deve estar próximo às pequenas e médias empresas”, criticou o vice de Salvini no Ministério do Interior, Carlo Sibilia, do M5S. Já a ministra da Saúde Giulia Grillo, também do movimento antissistema, disse que os negócios de “cannabis light” não vendem droga.
No próximo sábado (11), Roma receberá uma grande manifestação de defensores da erva, que alegam que a legalização é a melhor maneira de combater o tráfico de drogas. Atualmente, o cultivo da planta é proibido na Itália até mesmo para fins terapêuticos.