Comunità Italiana

Salvini quer aumentar centros de expulsão de imigrantes

Italy’s Interior Minister and deputy Prime Minister Matteo Salvini leaves at the end of the first cabinet meeting at Chigi Palace in Rome on June 1, 2018. An anti-establishment government took power in Italy on June 1 after a last-ditch coalition deal was hammered out to end months of political turmoil, narrowly avoiding snap elections in the eurozone's third largest economy. / AFP PHOTO / Andreas SOLARO

 

Novo vice-premier da Itália quer reduzir desembarque de navios

(ANSA)

O novo ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, visitou neste domingo (2) a Sicília, no sul do país, e propôs criar novos centros de expulsão de imigrantes para evitar mais desembarques.

“Basta à Sicília como campo de refugiados da Europa. Não assistirei mais, de braços cruzados, aos desembarques de navios. Precisamos de mais centros de expulsão”, disse o político, líder do partido nacionalista Liga Norte. “Não tem casa e trabalho para os italianos, imagine para metade do continente africano”, criticou.

Mas Salvini, conhecido por contrário à política imigratória italiana atual, evitou endurecer mais seu discurso e prometeu seguir apenas o que está previsto no contrato de governo assinado com o Movimento 5 Estrelas (M5S). “Aquilo que não está escrito no contrato Cinco Estrelas-Liga não será discutido, assim, evitaremos brigas”, comentou.

“Em relação aos imigrantes, não teremos uma linha dura, mas bom senso”. De acordo com o vice-premier, que criticou o papel das ONGs no resgate e acolhimento de imigrantes, evitar novos desembarques é uma maneira de “salvar vidas”.

“O objetivo é salvar vidas, e estou fazendo isso, impedindo a partida dos barcos da morte, que são negócios para alguns e desgraça para o resto do mundo. Estou trabalhando para obter menos desembarques, mais expulsões, mais segurança e para bloquear um enorme business?, explicou.

Ontem, Salvini disse que tentaria negociar “acordos melhores” com os países de onde mais partem os imigrantes, do norte da África e do Oriente Médio, devido aos conflitos locais. A Itália, por estar no Mar Mediterrâneo, recebe diariamente dezenas de embarcações de imigrantes, as quais, com frequência, sofrem naufrágios e provocam inúmeras mortes. “A segurança das fronteiras, a política de asilo comum, a luta contra o êxodo dos imigrantes são a verdadeira questão existencial para a Europa”, disse a chanceler alemã, Angela Merkel.

Segundo Merkel, é necessário unificar os sistemas para que a Itália não seja deixada sozinha nessa crise. “Parte da insegurança sentida hoje na Itália se deve ao fato de que os italianos, após o colapso do governo líbio, se sentiram sozinhos na missão de acolher tantos imigrantes”.

Salvini tomou posse há dois dias, em um governo populista de centro-direita formado pela Liga Norte e pelo M5S, com o jurista Giuseppe Conte como primeiro-ministro. O governo anterior, liderado pelo esquerdista Partido Democrático (PD), defendia que a Itália acolhesse os imigrantes e os ajudasse a se realocarem na sociedade. Mas também pedia que a Europa assumisse uma “responsabilidade compartilhada” nessa crise.