Apesar de cenário atual, FCA mantém a liderança em vendas no mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves, com portfólio de produtos e controle da produção

Para equilibrar demanda por automóveis novos e estoque, é preciso planejamento. Isso é o que a Fiat Automóveis vem fazendo nos últimos 40 anos em que está presente no mercado brasileiro. Responsável pela introdução de diversas inovações e tendências, a marca manteve-se líder em vendas novamente em 2016.
— A marca atende o desejo dos consumidores. Com isso, é hoje reconhecida como a mais brasileira das montadoras porque entende e conhece os clientes locais como ninguém — disse Carlos Eugênio Dutra, diretor de estratégia de produto da FCA (Fiat Chrysler Automobiles), com exclusividade à Comunità.
A crise que atinge o setor, desde o ano passado, obrigou a empresa a realizar diversas ações para equilibrar oferta e demanda.
— Em Betim, temos uma plataforma de produção flexível, por isso temos conseguido administrar estoques e manter o nível de emprego por meio de paradas técnicas, férias coletivas e licença remunerada, além de não repor o turnover natural e aproveitar o menor ritmo para realizar programas de capacitação da força de trabalho — detalhou Dutra. 
Outra maneira que a montadora encontrou para superar a baixa demanda foi investir para atender os clientes quando o mercado voltar a crescer. — Nossa estratégia é contracíclica: lançamos novos produtos quando o mercado ainda está retraído a fim de estimular o consumidor e consolidar nossa posição quando o mercado se recuperar — analisou o executivo.
Ao completar quatro décadas de atividades no Brasil este ano, a marca mantém a posição conquistada ao longo de sua história e passa por um intenso processo de renovação para seguir na preferência dos clientes nos próximos anos.
— Nesse ano, apresentamos duas importantes novidades. O Fiat Mobi é um carro compacto, ideal para quem quer se locomover nas cidades e, com o Fiat Toro, inauguramos um segmento ao combinar a robustez de uma picape com o conforto de um SUV. Esse modelo caiu no gosto do consumidor brasileiro e o Toro é hoje o segundo comercial leve mais vendido do Brasil, atrás apenas da Fiat Strada — analisa o diretor.
 
Polo de Betim passa por modernização que custou um bilhão de reais
A modernização do Polo Automotivo Fiat de Betim, iniciada há alguns meses, é um processo em andamento, que incluiu, entre outros, R$ 1 bilhão em investimentos para construir a mais moderna unidade de produção de motores da FCA em todo o mundo. Com 22 mil metros quadrados de área e capacidade para fabricar 800 mil unidades por ano, a unidade foi, ao longo de 30 meses, completamente remodelada e ampliada para receber 186 robôs de desempenho e precisão. Esse processo contou com o envolvimento de aproximadamente 200 empresas, 80% delas brasileiras. Também faz parte a nova cabine de pintura, que ainda está em construção e será a maior e mais moderna de toda a América Latina.
Neste ano, a marca também consolidou a plataforma produtiva do Polo Automotivo Jeep, de Goiana (PE), com a entrada em produção do terceiro modelo (o Jeep Compass) em apenas um ano e meio.
— Com isso, encerramos o primeiro ciclo de produção e estamos avaliando os próximos projetos que serão destinados a essa fábrica. São cerca de 7,5 mil trabalhadores diretos e a expansão das atividades continua — lembrou o executivo. Até 2018, a FCA lançará, em média, um novo modelo por semestre.

Raio X do Polo Automotivo Fiat de Betim (MG) Inaugurado em 1976
Área: 2,25 milhões de metros quadrados
Número de funcionários: 18,5 mil
Capacidade produtiva: 800 mil unidades por ano
Modelos produzidos atualmente: 16
Produção em 40 anos: mais de 15 milhões de veículos
Exportação em 40 anos: mais de três milhões para 30 países
Carro líder de produção: Uno, com mais de 3,7 milhões de unidades vendidas
Investimento em modernização e produtos: R$ 7 bilhões entre 2010 e 2016
Fornecedores: 300, instalados em um raio de até 300 quilômetros da fábrica