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Sinapse genovesa

06 de fevereiro de 2013 - Por Comunità Italiana

{mosimage}Em Gênova, os laboratórios do IIT representam para os jovens cientistas italianos uma ilha de excelência tecnológica e meritocracia em plena crise

O Instituto Italiano de Tecnologia é uma ilha de excelência em um mar de incertezas. Incrustado nas colinas de Gênova, na localidade de Bolazaneto, na região da Ligúria, e debruçado sobre a enseada que banha a cidade, o IIT, como é conhecido, é um porto seguro para os jovens de talento dos mais variados campos da pesquisa científica. Ali dentro, as mentes que brilham se tornam um farol para quem acredita que a Itália, depois de um período difícil de fuga de cérebros, possa resgatar a sua importância no cenário internacional da ciência. Entre os cerca de 800 pesquisadores, 17% são italianos que voltaram de longas experiências no exterior e 24% chegam de 38 países diferentes. O projeto nasceu há dez anos, mas iniciou o trabalho de atividade científica somente depois da reforma do imóvel para abrigá-lo em 2006.  Trata-se de uma fundação de direito privado instituída pelos ministérios italianos da Economia e das Finanças, da Universidade e da Pesquisa.
O laboratório principal, situado em Gênova, divide com outros dez centros de pesquisa espalhados pelo país o ônus de levantar a bandeira italiana nos panteões das instituições que prepararam as ferramentas fundamentais para a humanidade viver o futuro do qual está indo ao encontro e vice-versa. Robótica, nanotecnologia e neurociências são algumas das especialidades que fazem desta instituição uma das pontas de diamante do mundo acadêmico italiano e um claro sinal de modernização de um sistema “enferrujado”, ultrapassado e paternalista.
Não por acaso, foi o único instituto italiano, junto com a “filial” de Pisa (a Scuola Superiore di Sant’Anna), nos campos da mecânica de precisão e da automação aplicados ao projeto Robocom, selecionado como guia de consórcio, a participar da grande final — composta por outros cinco institutos internacionais após a seleção inicial entre 26 — da gigantesca licitação pública da União Europeia de um bilhão de euros no arco de tempo dos próximos dez anos. O projeto de pesquisa deve abrir novos caminhos que contribuam para a melhoria da qualidade de vida dos habitantes do planeta, especificamente, do Velho Continente, e que mantenham a liderança europeia no campo da ciência.
A propósito da licitação da União Europeia, a competição do programa Future Emerging Thecnologies agraciou, no final de janeiro de 2013, o consórcio sueco sobre o material Graphene, que possibilita uma infinidade de aplicações como a criação de um objeto sólido, mais leve e resistente, além de ser flexível como um papel de carta. Em segundo lugar, e também com direito a um financiamento de um bilhão de euros pelos próximos dez anos, chegou o projeto Humain Brain, com 124 instituições de pesquisa parceiras em todo o mundo — entre elas, os italianos CNR, Cineca, Politécnico de Turim, Universidade de Nápoles Federico II e Universidade de Pavia. O objetivo do projeto é unir a fragmentação de dados e avanços, simular o cérebro humano em supercomputadores e, desta forma, descobrir os segredos da mente e prevenir e curar as doenças neurológicas. Já o cientista italiano Alessandro Vespigninani, do departamento de física da Universidade de Boston e um dos principais promotores do projeto FuturICT (Informations and Communications Thecnologies), conquistou o terceiro lugar.

ITT seleciona pesquisadores segundo a meritocracia, onde “peixe” não tem vez
O IIT foi moldado de acordo com o sistema anglo-saxônico que prioriza o mérito em detrimento da indicação, ou seja, implanta em solo italiano uma revolução em um sistema viciado e fragilizado pela ditadura dos “barões” universitários que se perpetuam no poder, na cátedra, às custas da criação de uma casta através de concursos fajutos e criados ad hoc para os seus pupilos. Depois das primeiras resistências internas do status quo, o Instituto Italiano de Tecnologia ganhou espaço junto à pequena elite mundial da pesquisa, da qual fazem partes renomadas universidades como Cambridge, Oxford, Stanford e MIT. Enfim, “peixe” aqui é somente aquele pescado na praia e nos trapiches da cidade. Os pesquisadores são selecionados exclusivamente pelo currículo que apresentam e não pela carta de recomendação ou por concursos pilotados. Uma vez dentro, eles também participam do projeto com um business plan, interceptam as necessidades do mercado e avaliam a abertura de empresas do tipo start-up.
Com mais de duas mil publicações científicas e 99 invenções que nasceram graças ao depósito de 151 patentes (80 italianas e 71 internacionais), o IIT se afirma como uma realidade que tenta transformar esta exceção italiana de um sistema arcaico em normalidade.
— Meritocracia, dinamismo e eficiência são os nossos ingredientes — diz à ComunitàItaliana o diretor científico Roberto Cingolani, confiante de seus quase 1.100 funcionários, sendo 77% compostos de pesquisadores, 14% de técnicos, e apenas 14% de pessoal administrativo. A cada três anos, 65 % do corpo de empregados são renovados, o que “oxigena” a linfa do IIT e leva o seu conhecimento para outras realidades de outros países. É uma rodovia de mão dupla a que corta a colina ocupada pelos pesquisadores. Todos têm uma idade média de 34 anos, sendo 33,4% de mulheres.
O próximo triênio deverá ser ainda mais produtivo nos campos das fontes renováveis de energia, materiais inteligentes e computação, além dos setores da robótica e neurociência.  Estas áreas progrediram muito e levaram o IIT às luzes da ribalta. Os cinco andares do instituto fermentam de neurônios, ideias e de realizações.
Dos laboratórios subterrâneos aos mais altos, reinam a colaboração e os objetivos comuns e transversais que enriquecem os diferentes setores mutuamente. Técnicos e pesquisadores trabalham juntos para aperfeiçoarem e atingirem novos limites no campo da ótica para dois concorrentes internacionais, a Nikon e a Leika. Nas salas vizinhas, alguns grupos de cientistas melhoram uma retina artificial, criam os remédios inteligentes, preparam uma esponja biodegradável capaz de absorver manchas na superfície da água, uma descoberta e tanto para prevenir catástrofes ambientais provocadas por vazamentos de petróleo. 

A menina dos olhos
Atualmente, a menina dos olhos do IIT, uma espécie de garoto-propaganda, é o robô iCub. Ele é composto de 53 motores capazes de fazê-lo mover a cabeça, a cintura, as mãos, as pernas e os braços. Esta “joia” da tecnologia pode responder aos comandos vocais e os olhos aprendem a conhecer os objetos. As mãos podem agarrar os objetos e calibrar a pressão dos dedos graças aos novos sensores da pele, patenteados pelo IIT. As pernas permitem um deslocamento semelhante ao do ser humano e “respondem” às ações de empurrões com movimentos que restabelecem o equilíbrio do “corpo”. Cada robô custa cerca de 250 mil euros. Entre os 25 exemplares existentes, 20 já foram vendidos para centros de pesquisa internacionais. Para uma sociedade na qual a curva demográfica é inapelável diante do envelhecimento e do aumento da expectativa de vida da população, um mordomo que ajude nas tarefas mais elementares de uma casa é mais do que útil. Pode ser o futuro onde a fronteira entre a conexão dos neurônios e os robôs será cada vez mais tênue.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.