Comunità Italiana

Sob o sol da Bahia

Empresas italianas participam de construção da maior usina solar da América Latina

A cidade de Taboca do Brejo Velho, no estado da Bahia, transformou-se em canteiro de obras para a construção da maior usina solar do país, com capacidade para atender o consumo de energia anual de mais de 268 mil domicílios brasileiros, evitando a emissão de mais de 185 mil toneladas de CO² por ano. Prevista para entrar em operação em 2017, a obra recebe tecnologia e experiência italiana com a participação das empresas Enel Green Power e Convert Italia. A planta será capaz de gerar mais de 550 GWh por ano e, para isso, foram investidos mais de 400 milhões de dólares.
A responsável pela comunicação da Convert Italia, Chiara Moro, detalhou à Comunità como será a atuação da companhia no Brasil.
— A colaboração começou em fevereiro de 2015. A Convert Itália atuará no fornecimento de Tracker e sistema de controle de 254 MW. Para isso, 20 pessoas da empresa participarão, mas vamos trabalhar apenas com o fornecimento do Tracker. Ao longo do projeto, 200 pessoas de fora da empresa participarão ativamente — disse.
Esta é a primeira vez que a empresa italiana atua em obras brasileiras. O trabalho deve prosseguir até outubro de 2016.
— O objetivo principal é trazer energia limpa a um custo muito baixo para cerca de 170 mil famílias — finalizou Chiara.

Empreendimento confirma a liderança da Enel no setor de energia solar no Brasil
A nova planta de energia solar é de propriedade de três veículos para fins especiais mantidos pela Enel Green Power Brasil Participações Ltda.
— Com a construção de Ituverava, a Enel Green Power confirma o seu desejo de desempenhar um papel de liderança no setor de energia solar — declara Francesco Venturini, CEO da EGP. Ele informa que, globalmente, a EGP tem cerca de 1.650 MW de projetos de energia solar em execução ou contratados, números “que demonstram o compromisso crescente da empresa para o desenvolvimento desta tecnologia nos próximos anos”.
No Brasil, a EGP já é atuante há alguns anos e tem atualmente uma capacidade instalada total de 418 MW, dos quais 93 MW são provenientes de hidrelétricas, 313 MW de energia eólica e 12 MW de energia solar, com 444 MW de projetos em construção. A EGP também ganhou recentemente uma concessão para duas usinas hidrelétricas já em operação com capacidade instalada de 40 MW.
Com uma capacidade de geração de aproximadamente 32 bilhões de kWh em 2014 a partir de fontes hídricas, solares, eólicas e geotérmicas — o suficiente para atender às necessidades de energia de mais de 11 milhões de lares — a EGP tem capacidade instalada de mais de 10 mil MW. No mundo, são cerca de 740 usinas em operação em 16 países.
Segundo o Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito (Cresesb), a radiação solar depende das condições climáticas e atmosféricas. Somente parte da radiação solar atinge a superfície terrestre por meio da reflexão e da absorção dos raios pela atmosfera. Mesmo assim, estima-se que a energia solar incidente sobre a superfície seja 10 mil vezes o consumo energético mundial.
Quase todas as fontes de energia — a hidráulica, a biomassa, a eólica, os combustíveis fósseis e a energia dos oceanos — são formas indiretas de energia solar. Além disso, a radiação solar pode ser utilizada diretamente como fonte de energia térmica, para aquecimento de fluidos e ambientes e para geração de potência mecânica ou elétrica. Pode ainda ser convertida diretamente em energia elétrica, por meio de efeitos sobre alguns materiais, entre os quais se destacam o termoelétrico e o fotovoltaico.
No entanto, no Brasil, essa fonte renovável é ainda pouco explorada devido às políticas energéticas e ao custo para a instalação necessária. Estima-se que a capacidade instalada no país, se forem consideradas as usinas que produzem energia elétrica, seja da ordem de 132 gigawatts (GW) e, desse total, menos de 0,0008% é produzida com sistemas solares fotovoltaicos.