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Sonho Atlântico

13 de agosto de 2014 - Por Comunità Italiana
Sonho Atlântico

Sonho AtlnticoEm aventura inédita, três italianos decidem atravessar o Oceano entre a Sicília e o Rio de Janeiro com um bote inflável em 70 dias

O que você pensaria se lhe contassem que três italianos estão prestes a atravessar o Atlântico? Talvez isso não provocasse nenhuma curiosidade; afinal, quantas pessoas se movem diariamente entre o Velho e o Novo Mundo? O fato inédito nesse caso é que se trata de uma travessia de Palermo, na Sicília, até o Rio de Janeiro — e com um barco inflável.
É possível? Para o idealizador e comandante Sergio Davì, sim. Ele esbanja otimismo enquanto termina os últimos preparativos para começar a viagem no final de outubro. Não é a primeira vez que ele protagoniza esse tipo de aventura: em 2010, fez a travessia de inverno Palermo-Amsterdã (3000 milhas náuticas) e, em 2012, atravessou Palermo-Cabo Norte (4083 milhas náuticas).
— Todas as minhas aventuras são feitas com um bote inflável, não com um barco normal, tipo barco à vela. Para mim, o bote é um jipe do mar por ser um veículo muito esportivo e ao mesmo tempo muito estável — conta à Comunità, do seu escritório em Palermo, o navegador de 48 anos.
A previsão é chegar à capital fluminense após 70 dias de navegação, incluídas as paradas programadas que totalizam cerca de 30 dias. Durante o percurso, os três italianos atravessarão sete países e três continentes a bordo de um bote Noah 29 de 9 metros, com dois motores diesel de 200 cv cada um.
Ao longo da navegação, a tripulação planejou várias paradas na costa da Itália, Tunísia, Argélia, Marrocos, Ilhas Canárias, Cabo Verde e Brasil, para abastecer o combustível e aproveitar a terra firme para cozinhar um bom prato de massa italiana.
— Temos uma colaboração muito importante com a Marinha italiana e a Marinha brasileira. Com a brasileira, marcamos um encontro no arquipélago de São Pedro e São Paulo, território do país a cerca de 300 milhas antes de Fernando de Noronha, onde nos fornecerão combustível para prosseguir para outra ilha — explica Davì.
Junto a ele, empreenderão a aventura o especialista em equipamentos técnicos de barcos Massimo Rocca e o especialista em navegação oceânica e fotógrafo Alessio Bellavista, que se ocupará das imagens e dos vídeos que serão reunidos em um livro fotográfico e em um documentário.
O chefe da expedição ressalta que não se trata apenas de uma empresa esportiva, mas também de uma expedição científica que quer reunir material de pesquisa e estabelecer um recorde no mundo. A travessia será constantemente monitorada pelos pesquisadores da Universidade de Palermo, que estão conduzindo dois estudos: um sobre preparação física com a faculdade de Educação Física e outro com o departamento de Psicologia, que investigará as decisões tomadas a bordo pelo comandante durante os períodos de estresse e de crise.
— Virei uma cobaia! — brinca Davì, que em suas outras travessias também foi alvo de pesquisas universitárias.
Um profundo amor e respeito pelo mar emergem de suas palavras.
— A minha paixão pelo mar nasceu desde pequenininho. Quando eu tinha quatro anos já brincava na praia com um barquinho do meu irmão e usava uma pequena pedra para lançá-la como se fosse uma âncora — lembra Davì que, com paixão e coragem, idealizou e levou a cabo o projeto.
De acordo com ele, o ditado que a Itália é um país de poetas e navegantes é verdadeiro, mas ele acrescentaria que “os grandes navegadores tiveram que ir ao exterior para obter o financiamento, a partir de Colombo”.  
— Na Itália, uma península banhada pelo mar, o amor pelo mar existe e é natural — avalia o comandante, que critica a falta de investimento.

A cada dois anos uma nova aventura sobre as águas
O primeiro projeto Dai fiori di Sicilia ai fiori d’Olanda (das flores da Sicília às flores da Holanda) foi uma travessia de inverno de Palermo a Amsterdã em 41 dias a bordo de um bote inflável de 10 metros com dois motores de 300 HP, passando pelas costas espanholas e portuguesas através do Golfo da Biscaia até a costa francesa para se chegar à Holanda. O diário de bordo dessa aventura virou o livro Palermo – Amsterdam 3000 miglia in gommone (Palermo – Amsterdã 3000 milhas num bote inflável), que reúne informações e sugestões de grande utilidade para os amantes do mar.
Dois anos após a primeira missão, o comandante embarcou outra vez em junho de 2012, desta vez de Palermo, para uma meta ainda mais ambiciosa: o Círculo Polar Ártico. Foram mais de 4000 milhas náuticas através da Europa e do norte da África com um bote BWA open de apenas 8 metros, com dois motores de 150 HP e uma tripulação de três homens. O desafio fez parte de uma expedição científica em parceria com a Universidade de Palermo, que realizou duas pesquisas na área de biologia marinha e psicologia.
Apesar das dificuldades climáticas, Davì e a tripulação concluíram a travessia depois de 52 dias.
— Para chegar a Cabo Norte, tivemos que enfrentar muitas tempestades que causaram falhas a bordo, mas, por sorte, conseguimos solucionar e prosseguir o nosso percurso — relata o valente navegador, admitindo que sente um pouco de medo ao começar as aventuras.
Segundo o italiano, é normal ter medo, contanto que não se transforme em pânico.
— Agradeço ao medo. Se a pessoa não o tivesse, seria um louco. É possível controlar os próprios medos e daí pegar a força para seguir em frente — aconselha.
A ideia para esse novo desafio de chegar até as costas brasileiras surgiu por acaso em Cabo Norte, onde o navegador, cansado do frio, queria escolher um destino com temperaturas quentes. Além disso, queria fazer a travessia do Atlântico. A primeira vez que veio ao Brasil foi em abril, quando participou do maior salão náutico da América Latina, o Rio Boat Show. Foi assim que nasceu o Atlantic Rib Crossing, uma travessia que une Europa, África e América Latina.
Esse tipo de viagem, porém, não é para qualquer um: antes de enfrentar uma aventura desse tipo, é necessário um bom preparo físico e psicológico. O chefe de navegação cita algumas condições: ter muita obstinação; amar loucamente o mar; possuir tranquilidade mental; trabalhar duramente; e se adaptar a qualquer tipo de situação — como no caso de Davì, que adora hotel de cinco estrelas, assim como adora montar a sua barraca no bote para dormir “sob as estrelas”.
Entre as coisas que nunca faltam na bagagem, estão as facas que pertenciam ao irmão morto há 10 anos por uma doença grave. Além disso, Davì admite que tenta fazer sempre as mesmas coisas, pois “no mar a pessoa se torna supersticiosa”.
O que ele ainda guarda das experiências passadas são as paisagens maravilhosas e as pessoas que o acolheram.
— Do que realmente gosto é olhar os países de um contexto diferente, que não é igual a chegar por terra com um avião, mas chegar através do mar com um bote inflável, depois de ter suado muito e ter descoberto a beleza da viagem a cada dia — declara Davì que, todas as vezes que alcança uma meta, sente uma alegria “a 360 graus”. Para a sua próxima aventura, ele espera que a comunidade italiana no Rio de Janeiro acolha a sua tripulação com carinho e entusiasmo.

As aventuras de Sergio Davì e do seu bote inflável

Dai Fiori di Sicilia ai Fiori d’Olanda (Palermo-Amsterdã, em 2010)

3000 milhas náuticas
41 dias de viagem (paradas incluídas)
6 países europeus envolvidos

Norkapp Rib Mission (Palermo- Cabo Norte, em 2012)

4083 milhas náuticas
52 dias de viagem (paradas incluídas)
10 países envolvidos: 8 europeus e 2 africanos

A próxima: Atlantic Rib Crossing (Palermo-Rio de Janeiro, 2014)
Previsão:
5800 milhas náuticas
70 dias de viagem (paradas incluídas)
7 países envolvidos e 3 continentes

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.