Estima-se que o mercado de tecnologia nos próximos anos deva crescer no Brasil entre 3% e 4%. O dado é da empresa italiana Almaviva, que atua há dez anos no país. As grandes apostas para 2017 são segurança da informação, soluções de cloud computing e automação de processos por meio de robôs. A Almaviva do Brasil foca o relacionamento entre empresas e consumidores por meio de centrais de atendimento, serviços de recuperação de crédito, televendas e trade marketing.
— A empresa opera com 33 mil colaboradores em cinco estados brasileiros, além do Distrito Federal, com dez contact centers e dois escritórios. Em 2015, obteve receitas de R$ 921 milhões e deverá ver esse número crescer em 2016 — diz Francesco Renzetti, CEO da Almaviva do Brasil, com exclusividade para a Comunità.
No Brasil desde 2006, a empresa projeta alta na demanda por tecnologia no país, campo fértil para as companhias italianas, que possuem longa tradição nesse mercado, em especial, nos setores da mecânica, automobilístico, aeroespacial, biomedicina e design. Em apoio ao desenvolvimento de novos negócios tecnologia da informação e comunicação (TIC), o território italiano ainda oferece um sistema de pesquisa em colaboração com o mundo empresarial e quase 50 mil formandos anualmente em disciplinas tecnológicas.
— O Brasil representa oportunidades, não somente para as grandes empresas, mas também para as pequenas, sobretudo na questão elétrica, de construção de estradas a serem duplicadas, assim como ferrovias e demais setores de infraestrutura — disse Licia Mattioli, vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria Italiana (Confindustria), durante a missão empresarial Brasil-Itália, que ocorreu em novembro.
Em operação no Brasil desde 2013, a italiana Exprivia também vislumbra aumento de parcerias nos setores de tecnologia e aeroespacial.
— Durante a missão empresarial Brasil-Itália que ocorreu em São Paulo, tivemos reuniões com representantes da indústria e de centros de pesquisa com objetivo comercial. Na área de aerospace, a Exprivia já tem uma referência para a instalação das suas soluções de sensoriamento remoto em um porto espacial brasileiro. O objetivo é retomar ainda mais e desenvolver o mercado brasileiro de soluções para a recepção e processamento de dados de satélite — relatou Chiara Altomare, especialista de operação internacional da Exprivia, que no Brasil oferece soluções de segurança e serviços para o mercado de telecomunicações do varejo e da indústria.
Setor aeroespacial deve ganhar mais atenção nos próximos meses
O governo brasileiro prepara um projeto de lei para reduzir as restrições à participação estrangeira no setor de defesa e ajudar a atrair tecnologia e recursos estrangeiros, cenário ideal para as companhias italianas que pretendem expandir negócios, nessa área. De acordo com dados do governo italiano, a indústria aeroespacial da Itália é líder na produção de helicópteros entre os países europeus, na produção de aeronaves de treinamento e protagonista no desenvolvimento de novos produtos, como veículos aéreos não tripulados (VANT) e convertiplanos (VTOL).
No geral, as empresas italianas deste setor faturam aproximadamente 14 bilhões de euros e exportam nove bilhões de euros (o que representa 2,3% do total das exportações da indústria). Entre 2012 e 2015, a produção aeroespacial italiana cresceu 5%, graças a um significativo aumento das exportações (+8,3%).
— O mercado brasileiro oferece boas oportunidades de negócios em TIC, especialmente por seu tamanho e as altas taxas de crescimento nesse setor. A indústria aeroespacial do país, ao mesmo tempo, continua a ser atraente, por meio da colaboração com a Agência Espacial Brasileira. Apesar disso, as empresas precisam estar cientes de que ainda há altas tarifas de importação para produtos e serviços, assim como incertezas políticas — concluiu a especialista da Exprivia.