{mosimage}Italianos optam cada vez mais pelo turismo doméstico para passar as férias de verão. Praias da Sicília, Puglia, Toscana e Emília-Romanha estão entre as mais procuradas

Sapore di sale, sapore di mare. Un gusto un pò amaro di cose perdute. Di cose lasciate lontano da noi. Dove il mondo è diverso, diverso da qui. Os versos compostos em 1963 por Gino Paoli continuam atuais e traduzem a vontade de milhões de italianos de passar alguns dias na praia. Cada vez que os termômetros sobem, no final da primavera, recomeçam os planos. No mês de junho, as famílias já se perguntam onde vão passar as férias de verão, que atingem o seu ápice na semana de ferragosto, em agosto, quando as lojas e os escritórios das cidades fecham suas portas. De acordo com uma sondagem realizada pela sociedade italiana de marketing turístico JFC, 84,8% dos italianos escolheram, nos últimos dois anos, o litoral para passar as férias estivas.

Economia

Comparados com o ano passado, os números de 2011 indicam que os italianos ficarão mais na região do próprio domicílio por motivos principalmente econômicos. Enquanto em 2010, 38 milhões de pessoas haviam decidido fazer as malas, em 2011, a quantidade dos viajantes passou para 33,5 milhões. Ou seja, a cada dez pessoas, três não vão viajar. Os turistas devem passar uma média de 12 dias em viagem, mas parecem decididos a economizar. Gastarão em média 800 euros — 230 a menos em relação a 2008. Os números da pesquisa realizada pela associação empresarial Confesecenti-Swg revelam ainda que mais da metade dos entrevistados elegeram um balneário doméstico para relaxar — com destaque para as praias da Sicília, Puglia e Toscana. Os demais países mediterrâneos, sobretudo a Grécia, são a meta para 17%, embora a Espanha continue tendo uma ampla preferência, em torno de 25% do total.  Um grupo menor, em torno de 10%, escolheu o norte europeu, e 3%, os Estados Unidos.  

A pesquisa da JFC também traz a badalada Rimini — conhecida como a capital da diversão por suas inúmeras discotecas e casas noturnas — no topo da lista da preferência dos visitantes mais fiéis, seguida por outras praias da Emília-Romanha. Cerca de 57,1% dos turistas garantem retornar à região romanhola, sobretudo às praias de Cesenatico, Riccione, Cervia, Cattolica, Lidi di Comacchio e Ravenna.

Os dados coletados na internet confirmam o interesse pelo turismo interno. O litoral italiano figura no topo da lista das palavras buscadas em motores de busca, como o Google. As praias de Cattolica e Rimini, Siena, Riccione, Roma, Sardenha, Puglia, Veneza e as ilhas de Capri, Giglio e Elba aparecem na lista das 10 localidades nacionais mais procuradas. Entre as metas europeias, destaque para Portugal, Barcelona e Turquia.

Os critérios econômicos fazem a diferença na hora de escolher onde fincar o guarda-sol. Algumas metas exigem muito mais do bolso do turista, como a ilha de Capri, a Costa Smeralda, na Sardenha, e Taormina, na Sicília, locais onde uma noite pode custar mais de 300 euros. O belo litoral da vizinha Croácia permanece como opção mais econômica a menos de três horas de carro para quem mora nas províncias do norte da península italiana, como Veneza, Padova e Udine. A Turquia também é citada pelos italianos que pretendem se bronzear sem gastar muito. Para o fundador do portal de turismo Volagratis, Fabio Cannavale, o verão de 2011 está sendo marcado pelos voos low cost, que tiveram ampliados os destinos oferecidos. Metas antes acessíveis somente sob compra de pacotes, agora são possíveis com maior flexibilidade e autonomia, avalia. Novidade que permite uma economia ainda maior ao turista.