ROMA – ''Lábios bem dispostos, intenções sinceras (um coração quente), uma pitada de doce nonsense, um sussurro com a respiração suspensa, alguns suspiros'': são os ingredientes do beijo perfeito, aquele que deveria despertar todos os sentidos, ''arrepiando todo o corpo e criando a essência do êxtase''.
Sua receita está no livro 'Pequena enciclopédia do beijo' (publicado pela Avallardi) no qual a escritora Lana Citron revela em 205 páginas curiosidades, fatos, números, citações e anedotas deste gesto. Com uma advertência: não se deixar enganar pela sua aparente simplicidade, porque "o beijo é altamente complexo e pode envolver cada músculo do corpo, desencadeando uma série de reações, emotivas, físicas e sensuais".
O beijo é muitas coisas juntas. É um gesto de amor, mas também um som inspiratório bilabial, que os especialistas de fonética ingleses chamam "lip-click". O beijo também é um gosto: "O que é mais doce que o mel?, questionavam os latinos. O néctar. E mais do que o néctar? O beijo".
Noventa por cento da população mundial se beija. Esquimós e algumas tribos africanas preferem o beijo de nariz com nariz. Um beijo na bochecha é muito mais higiênico do que um aperto de mão. O beijo é também uma traição (aquele de Judas) e um gesto de despertar (aquele da fábula da Bela Adormecida).
O primeiro beijo de que se tem conhecimento remonta a 1.500 a.C. Foi rastreado na Índia pelo antropólogo Vaughn Bryant. No Ocidente, quem o trouxe foi Alexandre, O Grande, depois de ter conquistado, mil anos depois, o Punjab. Hoje até os robôs beijam: o primeiro foi em 2008.
O beijo é arte e a arte sempre defendeu isso. Mas o beijo também tem seus inimigos, o pior dos quais é o mau hálito, que acaba em um segundo até com a paixão mais ardente.
Folheando este compêndio se descobre que o 'beijo à francesa', aquele apaixonado, data entre 1730 e 1820, no auge da rivalidade entre a Inglaterra e a França. Daqui as alusões de que os serviços prestados por uma prostituta se tornavam ''aulas de francês'' e ser ''afrancesado'' significava ter sífilis.
Quanto ao formato dos lábios, segue as transformações socioculturais e os fatores socioeconômicos, escreve Citron: nos anos dos filmes em branco e preto, em uma época de proibições e rebeliões, os lábios da moda eram ao ''arco de cupido', como os de Clara Bow; com a austeridade da guerra e a independência feminina crescente, aqueles mais finos à la Greta Garbo e Marlene Dietrich. Seguiram-se as bocas assimétricas dos anos 40, como a de Rita Hayworth. O estilo do pós-guerra teve os lábios de Marilyn Monroe, que preanunciavam o beiço provocante do símbolo sexual dos anos 60: Brigitte Bardot. Depois foi a vez dos lábios quase masculinos de Audrey Hepburn, antecipando o look andrógino dos anos 90. Atualmente não há um estilo dominante, mas parecem se impor aqueles carnudos de Angelina Jolie.
Já no cinema, o beijo, em qualquer versão, é um dos principais chamarizes para os espectadores. O mais longo da história do cinema foi aquele entre Ingrid Bergman e Cary Grant em "Notorious", onde Alfred Hitchcock conseguiu burlar a censura interrompendo-o com um telefonema.
Passando aos desenhos animados, a memória vai direito para "A Dama e o Vagabundo", que compartilham um prato de espaguete em seu primeiro encontro. Suas bocas comem o mesmo espaguete, até que se encontram.
Beijo também é chocolate. Como o Perugina, do formato irregular e arredondado. Há várias versões sobre sua origem, incluindo aquela que diz que foram criados por Luisa Spagnoli, em homenagem a Giovanni Buitoni. Luisa escrevia breves mensagens amorosas ao seu jovem amante e as enviava embrulhadas em bombons, que Giovanni deveria abrir. Com a morte de Luisa, Giovanni Buitoni quis eternizar nos Baci Perugina esta doce paixão.
Entre as bobagens, apreciadas por alguns, a escritora cita que as calorias consumidas pelo beijo dependem da profundidade da paixão e variam entre duas e seis por minuto. (ANSA)
Sua receita está no livro 'Pequena enciclopédia do beijo' (publicado pela Avallardi) no qual a escritora Lana Citron revela em 205 páginas curiosidades, fatos, números, citações e anedotas deste gesto. Com uma advertência: não se deixar enganar pela sua aparente simplicidade, porque "o beijo é altamente complexo e pode envolver cada músculo do corpo, desencadeando uma série de reações, emotivas, físicas e sensuais".
O beijo é muitas coisas juntas. É um gesto de amor, mas também um som inspiratório bilabial, que os especialistas de fonética ingleses chamam "lip-click". O beijo também é um gosto: "O que é mais doce que o mel?, questionavam os latinos. O néctar. E mais do que o néctar? O beijo".
Noventa por cento da população mundial se beija. Esquimós e algumas tribos africanas preferem o beijo de nariz com nariz. Um beijo na bochecha é muito mais higiênico do que um aperto de mão. O beijo é também uma traição (aquele de Judas) e um gesto de despertar (aquele da fábula da Bela Adormecida).
O primeiro beijo de que se tem conhecimento remonta a 1.500 a.C. Foi rastreado na Índia pelo antropólogo Vaughn Bryant. No Ocidente, quem o trouxe foi Alexandre, O Grande, depois de ter conquistado, mil anos depois, o Punjab. Hoje até os robôs beijam: o primeiro foi em 2008.
O beijo é arte e a arte sempre defendeu isso. Mas o beijo também tem seus inimigos, o pior dos quais é o mau hálito, que acaba em um segundo até com a paixão mais ardente.
Folheando este compêndio se descobre que o 'beijo à francesa', aquele apaixonado, data entre 1730 e 1820, no auge da rivalidade entre a Inglaterra e a França. Daqui as alusões de que os serviços prestados por uma prostituta se tornavam ''aulas de francês'' e ser ''afrancesado'' significava ter sífilis.
Quanto ao formato dos lábios, segue as transformações socioculturais e os fatores socioeconômicos, escreve Citron: nos anos dos filmes em branco e preto, em uma época de proibições e rebeliões, os lábios da moda eram ao ''arco de cupido', como os de Clara Bow; com a austeridade da guerra e a independência feminina crescente, aqueles mais finos à la Greta Garbo e Marlene Dietrich. Seguiram-se as bocas assimétricas dos anos 40, como a de Rita Hayworth. O estilo do pós-guerra teve os lábios de Marilyn Monroe, que preanunciavam o beiço provocante do símbolo sexual dos anos 60: Brigitte Bardot. Depois foi a vez dos lábios quase masculinos de Audrey Hepburn, antecipando o look andrógino dos anos 90. Atualmente não há um estilo dominante, mas parecem se impor aqueles carnudos de Angelina Jolie.
Já no cinema, o beijo, em qualquer versão, é um dos principais chamarizes para os espectadores. O mais longo da história do cinema foi aquele entre Ingrid Bergman e Cary Grant em "Notorious", onde Alfred Hitchcock conseguiu burlar a censura interrompendo-o com um telefonema.
Passando aos desenhos animados, a memória vai direito para "A Dama e o Vagabundo", que compartilham um prato de espaguete em seu primeiro encontro. Suas bocas comem o mesmo espaguete, até que se encontram.
Beijo também é chocolate. Como o Perugina, do formato irregular e arredondado. Há várias versões sobre sua origem, incluindo aquela que diz que foram criados por Luisa Spagnoli, em homenagem a Giovanni Buitoni. Luisa escrevia breves mensagens amorosas ao seu jovem amante e as enviava embrulhadas em bombons, que Giovanni deveria abrir. Com a morte de Luisa, Giovanni Buitoni quis eternizar nos Baci Perugina esta doce paixão.
Entre as bobagens, apreciadas por alguns, a escritora cita que as calorias consumidas pelo beijo dependem da profundidade da paixão e variam entre duas e seis por minuto. (ANSA)