O sociólogo italiano Gino Tapparelli, que há 40 anos atua como professor universitário e ativista pela defesa dos direitos humanos e contra a tortura em Salvador, na Bahia, foi a principal atração do debate intitulado "Brasil, qual futuro para os direitos humanos?", realizado na noite desta terça-feira no Palácio do Governo de Trento, no norte da Itália.
Tapparelli recordou que quando chegou no Brasil, a tortura era praticada pelos militares no governo, enquanto hoje, que o Brasil é um país democrático, a tortura sobrevive como instrumento policial e carcerário.
Também participaram do debate a assessora provincial para Emigração e Solidariedade Internacional, Iva Berasi, o representante da Anistia Internacional e responsável pelo Grupo Itália 150 Trento, Floriano Zini, e Fabio Pipinato, da organização Unimondo.
Gino Tapparelli falou principalmente sobre seu trabalho no Brasil, que ocorre desde 2001 com auxílio financeiro da Província e da Fondazione Fontana, que possibilitaram a realização da "Campanha SOS Tortura".
Os dados divulgados são relativos a 158 declarações de tortura recolhidas no estado da Bahia entre 2001 e 2003. Destes casos de tortura, 79,1% são de caráter institucional, dos quais 49,7% praticados por agentes da polícia civil, 14,4% por militares e 4,6% por agentes penitenciários.
A "Campanha SOS Tortura" indicou a Bahia como o quarto estado brasileiro com maior número de casos de tortura.
Fonte: Ansa