Clima de tensão está elevado na Itália devido às eleições
cidade de Turim, no norte da Itália, viveu cenas de guerrilha urbana na noite de ontem (22), com enfrentamentos entre policiais e manifestantes antifascistas. A confusão começou quando manifestantes tentavam chegar ao NH Hotel entre a via Bolzano e a via Vinzaglio, onde o líder do partido político neofascista CasaPound, Simone Di Stefano, discursava.
Os manifestantes, que eram cerca de 500 pessoas, lançaram bombas, pedras e artefatos contra a polícia, que reagiu com canhões de água e gás lacrimogêneo. Ao menos duas pessoas foram detidas e seis policiais ficaram feridos. Participaram do protesto jovens estudantes, militantes sociais, ativistas e grupos anarquistas.
“É um fato gravíssimo”, disse uma fonte do Palácio do Viminale.
O ministro do Interior, Marco Minniti, negou, por sua vez, a possibilidade de uma “violência generalizada” no cenário político, ás vésperas das eleições legislativas de 4 de março.
“Nós temos uma capacidade e uma força da nossa democracia que permitem dizer, com certa serenidade, que estamos em condições de enfrentar as campanhas eleitorais, que são o coração da democracia. Como tais, as eleições devem ser garantidas respeitando o princípio da liberdade e da segurança”, comentou. Nos últimos meses, movimentos neofascistas e de extrema-direita ganharam força na Itália, com vários episódios de ataques e manifestações. Por outro lado, também foram convocados protestos antifascistas que reuniram centenas de pessoas.
O clima polarizado se intensificou devido às eleições legislativas de 4 de março, quando a Itália elegerá um novo Parlamento e, consequentemente, um novo governo. Ontem, ao menos três episódios envolvendo confrontos com fascistas foram registrados no país.
O líder do também movimento de extrema-direita Liga Norte, Matteo Salvini, criticou o protesto. “Esses jovens fizeram isso em Turim porque, quando chegam em casa à noite, ninguém reage a nada. Se o pai ou a mãe obrigasse a pagar pelos danos, da próxima vez eles ficariam em casa, estudando”. (ANSA)