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Home > Um britânico no Brera

Um britânico no Brera

18 de fevereiro de 2016 - Por Comunità Italiana
Um britânico no Brera

Um britnico no BreraNovo diretor promete revitalizar o mais importante complexo cultural da capital lombarda

O inglês-canadense James Bradburne passou três meses arrumando a casa. O recém-nomeado diretor da Pinacoteca de Brera e da Biblioteca Nacional Braidense desarregaça as mangas, veste o colete floreal em tecido nobre e, com toda a pompa merecida, anuncia um plano para relançar o primeiro museu da Itália, criado sob o domínio francês de Napoleão Bonaparte, quando o país ainda era uma colcha de retalhos de ducados, principados e reinos, ou seja, antes da Unificação. A estátua em bronze do imperador francês — nas vestes de Marte, o pacificador,  — ocupa o centro do pátio interno principal, como para remeter à majestade do local.
— A Itália é líder mundial em tutela, mas é o momento de interceder na valorização — afirmou o novo manager durante a coletiva de imprensa, com a presença do ministro italiano dos Bens Culturais, Dario Franceschini.
A frase-símbolo, de efeito, sem dúvida alguma, é o cartão de visitas do novo administrador, ou melhor, é a carta na mesa. A estratégia é resgatar a identidade nobre e artística de Brera, coração cultural de Milão por excelência, ao lado do vizinho teatro La Scala. Não deve ser uma coincidência se mais uma pérola milanesa parar nas mãos de um diretor estrangeiro, depois do austríaco Pereira da Silva, “reitor” do templo da ópera italiana. Para não falar da anunciada e executada reforma Franceschini, que criou um terremoto de intrigas ao dar aos estrangeiros metade dos 20 museus de maior prestígio no país, como um sopro de oxigênio em um setor enferrujado pelas velhas práticas do coronelismo burocrático dos amigos dos amigos de quem exerce o poder.
Brera tem que se transformar numa marca, num brand, e valorizar ao máximo a prata da casa. Em um único espaço físico, abriga a Academia de Belas Artes de Brera, a Pinacoteca de Brera, a Biblioteca Braidense e o Observatório Astronômico de Brera, o antigo Instituto de Ciência e Letras e o Jardim Botânico — tudo sob a nova direção.
Com novos horários, merchandising e concertos, o novo diretor vai ser um maestro de eventos: “Um diretor de museu é um bom jardineiro que faz crescer pessoas como flores, e um bom ator”, comentou diante de uma plateia de estudantes, jornalistas, assessores e curiosos. Há todos os elementos para que ele seja um novo Napoleão Bonaparte, a começar pela autonomia plena que lhe dão as novas diretrizes do ministro Franceschini — vantagens que seus antecessores não tiveram por causa de leis antiquadas.
Com laurea em arquitetura, em Londres, e em museologia, em Amsterdã e Los Angeles, Bradburne fez projetos de pavilhões nacionais, exposições e centros científicos, e curadoria de mostras internacionais para governos e a Unesco. Desembarcou na Itália como diretor da Fundação Palazzo Strozzi, em Florença, onde exerceu o cargo de 2006 a 2015, entre glórias e pedras nos sapatos, e onde aprendeu um italiano com o sotaque da Tuscany, já invadida pelos britânicos: a começar pelo cantor Sting e o ator Colin Firth, a lista é longa.

Programação para bebês e ingresso válido por três meses entre as novidades
Bradburne já estabeleceu várias medidas: de Brera não vai sair nenhuma obra de prestígio pelos próximos três anos, tempo de seu mandato, nem haverá nenhuma mudança de sede, como administrações passadas alardeavam com fanfarras a cada novo ano. Haverá programação especial para menores de 18 meses, proposta que, numa terra que envelhece e mal, a ideia não deixa de ser provocante e instigante, sem falar na Top 10, com os dez mais belos quadros escolhidos por crianças. O ingresso de 10 euros, que garante a entrada por três meses, em acordo com a associação Amici di Brera, foi criado para conservar o patrimônio dos museus milaneses. Além disso, a nova decoração das salas conta com iluminação mais eficiente e a reescritura das legendas das obras nas salas de Rafaello, Mantegna e Caravaggio. Foi criada ainda a Associazione American Friends of Brera, para recolher doações que os americanos podem abater do imposto de renda. Por agora, nada de grandes mostras, pois custam caro e ofuscam o acervo da casa. A ordem é redescobrir a histórica Brera e devolver o orgulho milanês de tê-la no jardim, botânico, de casa.   

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.