Comunità Italiana

Vaidade após os 70

Depois dos jovens insatisfeitos com sua aparência e dos adultos 'Peter Pan', agora são os avós que se rebelam contra o envelhecimento e que querem apagar os sinais implacáveis da passagem do tempo. Nos últimos anos, tem aumentado o número de idosos que recorrem ao uso da cirurgia estética, com um crescimento surpreendente para os que já superaram os 70 anos, tanto homens como mulheres.
     
Quem traça este novo perfil da vaidade no país é a Sociedade Italiana de Medicina Estética (Sime), reunida em Roma para o XXXI Congresso Nacional.

"Se há 10-15 anos 60% das pessoas que recorriam a tratamentos de cirurgia e medicina estética tinham entre 30 e 50 anos, hoje a idade média passou para 50 anos, com cerca de 8% acima dos 70, independente do sexo", explica Nicolò Scuderi, professor de cirurgia plástica e reconstrutiva na Universidade romana La Sapienza.
     
Basicamente, se registra uma mudança da idade dos pacientes. "Atualmente os grupos maiores são aqueles entre 20 e 30 anos, entre os 40 e os 60, e depois dos 70", acrescenta.
     
As cirurgias mais procuradas dependem da idade: enquanto os jovens querem eliminar o que consideram defeitos, refazendo o nariz, o seio ou retirando o excesso de gordura com a lipoaspiração, os que têm entre 40 e 60 anos querem rejuvenescer, com cirurgias de lifting facial, blefaroplastia (cirurgia plástica nas pálpebras) ou cirurgia de mama, para levantar os seios.
    
Já aos 70 anos, os tratamentos mais procurados são de antienvelhecimento com enchimentos, botox e blefaroplastias. Também não faltam aqueles que, apesar do corpo e da forma física invejáveis, querem se submeter à abdominoplastia e lipoaspiração, explica Scuderi.

A parte mais difícil é explicar a esses pacientes que não é possível apagar todos os sinais de envelhecimento e as rugas. As cirurgias devem intervir da forma mais natural possível, fazendo parecer que você carrega muito bem a idade que tem, diz ainda o médico.
     
O conselho dos especialistas, para os que querem recorrer à medicina estética na terceira idade, é cuidar da pele fazendo um check-up, uma prevenção cosmética adequada e se protegendo do sol. Só depois de melhorar a qualidade da pele, é possível pensar no uso de enchimentos reabsorvíveis e não permanentes, a toxina botulínica, os peelings e lasers. Mas tudo sempre com moderação.

Vale lembrar que o toxina botulínica, quando usada corretamente, tem poucos efeitos colaterais, que são reversíveis com o tempo, afirmam os médicos estéticos.
    
Os números apresentados pela Sime indicam um aumento gradual do uso desta técnica. Em 2009 se realizaram 89.900 tratamentos, ou seja, 21% a mais do que em 2008. A estimativa para 2010 indica mais 30% sobre o ano anterior. Em particular, 85% dos tratamentos com botox se realizam na parte superior do rosto, enquanto que 83% daqueles com enchimento na parte inferior.
    
"Depois de experimentar, 98% dos pacientes continuam a usar o botox, porque funciona bem e não apresenta grandes riscos", conclui Scuderi.
 
 
 
Fonte: Ansa