O Vaticano reconheceu pelo primeira vez o termo “LGTB” usando-o em um documento oficial para se referir aos jovens que querem “beneficiar-se de maior proximidade e experimentar um maior cuidado da Igreja”. O estudo foi publicado na última terça-feira (19)
O uso do termo parece marcar uma mudança significativa na atitude do Vaticano em relação aos católicos homossexuais. “Aos jovens que, em vez de formar casais heterossexuais, decidem formar casais homossexuais e, acima de tudo, querem estar próximos da Igreja ”, afirma documento do Vaticano.
O documento afirma que diálogo ecumênico e inter-religioso é uma prioridade real para os jovens, além de iniciativas para eles. “Mesmo o diálogo com os não-crentes e o mundo secular como um todo é, em alguns contextos, decisivo para os jovens, especialmente nos campos acadêmico e cultural, onde às vezes se sentem discriminados em nome da fé que professam”.
Francis DeBernardo, diretor-executivo do New Ways Ministry, que defende igualdade para os católicos que são LGBT, comemorou a mudança, mas disse que pouco fez para resolver as desigualdades dentro da igreja.
“Esta mudança na linguagem indica que os oficiais da Igreja estão começando a entender que eles têm que tratar as pessoas LGBT com respeito, referindo-se a eles com termos mais precisos”, diz DeBernardo em comunicado.
O relatório reconhece que os ensinamentos tradicionais da igreja sobre questões como a homossexualidade eram “impopulares” entre as gerações mais jovens. “O mais longe que eles cehgarem é para indicar uma vontade de trabalhar para ser ‘uma comunidade aberta e acolhedora para todos'”, diz DeBernando
Francis DeBernardo também admitiu que a questão da sexualidade dentro do mundo católico precisava ser discutida “mais abertamente e sem preconceito”.
O documento, conhecido como instrumentum laboris , foi divulgado antes da Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos, que deve ocorrer em outubro para discutir os jovens.“O objetivo principal do Sínodo é conscientizar toda a Igreja sobre sua importante e não obrigatória tarefa de acompanhar todos os jovens, sem exclusão, para a alegria do amor”, disse o cardeal Lorenzo Baldisseri em uma coletiva de imprensa.
(Maire Claire)