{mosimage}Até o dia 17 deste mês, Rio abriga a 5ª edição do FotoRio. Itália é homenageada através da obra de três fotógrafos do país, como Virgilio Calegari

“Uma imagem vale mais que mil palavras”. Desde os primórdios, o homem buscava, através das pinturas rupestres, registrar o seu cotidiano e aquilo que, intuitivamente, gostaria de deixar para a posteridade. Hoje, com o advento da tecnologia, se vive rodeado de imagens. Elas servem à publicidade, ao registro pessoal ou para a manutenção da cultura. A foto está lá, intacta, para quem quiser ver. Entretanto, há quem não valorize a fotografia e os profissionais que dela vivem. Por este motivo surgiu o FotoRio — Encontro Internacional de Fotografia do Rio de Janeiro: para valorizar a fotografia e dar visibilidade a materiais nacionais ou estrangeiros através de oficinas e exposições, o que mantém vivas as tradições e  revela identidades culturais.

— Nossa intenção é destacar por meio de um evento de porte internacional a importância da fotografia na comunicação e na vida social contemporânea, buscando atingir um público ainda maior que o frequentador de museus e apreciador da arte fotográfica, levando a fotografia ao alcance de todos – explica o curador, antropólogo e fotógrafo Milton Guran.

O FotoRio reúne fotógrafos que propõem discutir trabalhos contemporâneos da arte, resgatando o papel da vanguarda carioca. Ele foi concretizado junto ao Festival da Luz, uma rede criada por profissionais da área, colecionadores e estudiosos da fotografia ao redor do mundo.

— O FotoRio nasceu a partir do curso em Pós-Graduação em Fotografia como instrumento de pesquisa, que eu coordenava na Universidade Cândido Mendes. Foi em uma conversa com os alunos que resolvemos fazer o encontro, que contou com o apoio decisivo da própria turma. Aliás, até hoje, a coordenação do FotoRio conta com ex-alunos desse curso, como é o caso da coordenadora adjunta Melanie Guerra. Já a coordenadora de exposições, Laura Leonides, foi minha aluna de graduação. A nossa equipe se completa com a Cristianne Rodrigues, produtora na Europa, e Simone Rodrigues, coordenadora de inclusão visual – conta.

Homenagem à Itália

Um dos destaques desta edição é a exposição Um Cavaliere entre dois mundos, que retrata a obra do fotógrafo italiano Virgilio Calegari. Com curadoria de Sinara Sandri, a mostra faz parte da homenagem à Itália, que este ano celebra os 150 anos de unificação. São 20 imagens em reproduções digitais sobre a sociedade e a vida urbana do Rio Grande do Sul durante a virada do século XIX para o XX e está dividida em três partes: Retratos, verdadeiro inventário visual da sociedade da época; A Cidade, registro das grandes transformações que fizeram de Porto Alegre uma capital moderna e republicana e O Cronista, panorama dos usos e costumes dos principais acontecimentos da vida social da capital gaúcha. 

Além das fotos de Calegari, os visitantes podem encontrar o trabalho de mais dois artistas italianos: Fulvio Roiter, que fotografou o Brasil dos anos 60, e Antonio Biasiucci, um dos mais conceituados artistas contemporâneos. Todavia, apesar da grandiosidade impressa no material que expõe, o evento não contou com patrocínios.

— Este ano não conseguimos patrocínio nem apoio dos poderes públicos. Por isso, o FotoRio está menor. Mas, mesmo assim, temos 60 exposições de adesão. Esse apoio por parte dos fotógrafos foi o que deu garantia à edição. Recebemos o engajamento mais efetivo da Secretaria Municipal de Cultura, que nos permitiu apresentar exposições de primeira linha no Parque das Ruínas, por exemplo – explica.

Fotografia Solidária

Paralelo às exposições, o FotoRio está reeditando a campanha “Fotografia Solidária” através do 6º Encontro de Inclusão Visual. A ONG CDI, que realiza um trabalho de assistência com tecnologia, promove esta campanha para arrecadar doações de equipamentos e materiais fotográficos. O objetivo é organizar oficinas para jovens de comunidades do Rio de Janeiro. O material doado será distribuído entre a ONG CDI e outros projetos participantes que utilizam a fotografia como instrumento de educação e inclusão social. As doações podem ser feitas até o dia 8 de agosto. No site  www.cdi.org.br  está a relação dos pontos de arrecadação.