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Welfare da água

19 de janeiro de 2015 - Por Comunità Italiana
Welfare da água

Welfare da águaEmpresa responsável pelo abastecimento em Cremona implanta projeto original para diminuir a inadimplência e ajudar quem não consegue pagar a conta d’água

Horas de trabalho por litros de água. A conta solidária traz para o cotidiano a adaptação de fórmulas nas quais o tempo de uma pessoa pode ser empregado para compensar a falta de um pagamento, ou o cumprimento de uma pena a ser descontada. Não no xadrez, mas em um asilo de idosos com trabalho social. A Padania Acque Gestione  S.P.A, responsável pelo abastecimento de 115 cidades da província de Cremona, decidiu implantar um projeto para diminuir a inadimplência e, ao mesmo tempo, ajudar a coletividade e respeitar o direito de acesso à água.
— A água é um direito universal do homem e não podemos cortá-la — repete como um mantra o presidente da empresa, Alessandro Lanfranchi, para Comunità.
Os clientes vão ser cadastrados e poderão, por exemplo, participar de trabalhos como o acompanhamento de idosos ou as atividades de jardinagem pelas ruas, praças e calçadas da cidade. A iniciativa começa agora em janeiro. A medida foi a saída encontrada para aliviar a situação de muitas famílias que sofrem os efeitos de uma crise econômica que não poupa nem uma das zonas mais ricas da Europa.
A terra do violino de Antonio Stradivari afina as cordas da solidariedade e compõe uma sinfonia aberta de soluções para amenizar o sofrimento de quem não consegue nem pagar a conta de água. Os pedidos para parcelar a fatura aumentavam a cada dia. Nos guichês da companhia, era evidente a inibição e, quase, a vergonha, expressa na face do cliente que chegava ao fim do mês sem a capacidade de arcar com uma das contas mais elementares e baixas de um cidadão. Uma situação quase paradoxal, numa cidade rica e cortada pelo maior rio do país e um dos maiores da Europa, o Pó.

Uma ajuda inteligente aos 400 mil inadimplentes da região
De acordo com o projeto, o consumidor vai dar o seu tempo e mão de obra em troca dos metros cúbicos consumidos. Um núcleo familiar de três pessoas consome, em média, entre 200 a 250 m3 por ano, a um custo mensal que varia de 25 a 30 euros. A empresa tem 155 mil contadores e 370 mil consumidores. A arrecadação financeira anual é de cerca de 40 milhões de euros contra uma inadimplência de 400 mil, ou seja, 1%. Uma parcela pequena, porém importante, pois revela os seres humanos em dificuldade, sem dinheiro e com sede de trabalho, cada vez mais escasso.
— Vamos ao encontro das famílias em dificuldade, mas deixamos claro que não se trata de uma ajuda gratuita — explica o presidente Alessandro Lanfranchi.
A pequena provisão cautelar deixa de ser gasta com advogados em processos que correm na Justiça. De uma forma inteligente, volta para a coletividade através de um circuito virtuoso, próprio como é aquele natural da água. E engana-se quem pensa que a crise atinge apenas os imigrantes nesta grande zona industrial italiana. Muitos que pedem quase clemência são italianos pobres. O diretor Alessio Antonioli da Caritas diz que “no passado eram os imigrantes aqueles mais vulneráveis, porém, nos últimos anos, o aumento do número de italianos que recorrem em busca de ajuda foi de 20%”. O recente fechamento da uma refinaria de petróleo foi a gota d’água no mercado de trabalho.
A questão se reflete nos guichês da secretaria municipal de serviços para as famílias e pessoas. O secretário Mauro Platès disse que, em Cremona, houve um crescimento de 10% apenas no ano que acabou.
— Temos que inovar no welfare, repensar o modelo. O projeto do banco de água corre neste sentido, o da responsabilidade social e empresarial e que pode ser alargado para outras realidades — disse à Comunità.
Nos dois últimos anos, a Azienda Sociale, composta por 47 municípios da província de Cremona, aperfeiçoou o mecanismo de solidariedade.
— Estamos ajudando cerca de 80 famílias e pessoas, sendo a metade composta por italianos, quando no passado eram mais estrangeiros. Chegamos a dar uma ajuda de 400 euros por mês em troca da prestação de serviços sociais à coletividade. A verdade é que a riqueza está concentrada nas mãos de uma parcela muito limitada da população — conta à Comunità Ettore Uccellini, presidente da empresa.
Ou seja, mesmo em uma zona tão rica, a pobreza não pode ser varrida para debaixo do tapete.  

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.