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Zanetti de ouro

17 de novembro de 2014 - Por Comunità Italiana
Zanetti de ouro

Zanetti de ouroFavorito do Brasil ao ouro olímpico nas argolas em 2016, o ítalo-brasileiro Arthur Zanetti conversou com a Comunità sobre suas origens e sua rotina de treinos e competições

O primeiro brasileiro a ganhar uma medalha olímpica na ginástica artística tem raízes italianas pela parte do pai, Archimedes. Arthur Zanetti, 24 anos, ouro nas argolas em Londres 2012, não sabe ao certo de onde vieram seus antepassados e quando chegaram ao Brasil, mas, como muitos oriundos, pretende descobrir e obter o passaporte do Belpaese. Pela parte da mãe Roseane, a origem é espanhola. Sangue mediterrâneo pelos dois lados. Uma autêntica mistura brasileira e uma das maiores esperanças de medalha na Olimpíada Rio 2016. Apesar de competir em casa, ele rejeita o rótulo de favorito. Quando era criança, também gostava de jogar futebol, mas prevaleceu a ginástica. Bela escolha. Prata no Mundial de outubro deste ano na China nas argolas —atrás apenas do chinês Yang Liu — Zanetti considerou até bom ficar em segundo porque assim as pressões por obrigação de vitória em 2016 passam para o concorrente. O brasileiro vive viajando. Depois de ter chegado do México, onde foi participar de um evento, encontrou uma brecha na apertada agenda entre treinos, competições e aulas na faculdade de Educação Física em São Caetano do Sul, sua terra natal, no ABC paulista, para falar à Comunità.

ComunitàItaliana – Você é descendente de italianos?
Arthur Zanetti – Sou bisneto. Não sei bem quando meus bisavós vieram para o Brasil. Nem meus avós por parte de pai cheguei a conhecer bem. Meu pai é o caçula de uma família de dez irmãos. Quero tirar a documentação e descobrir de onde vem a família para conseguir o passaporte, mas quase não tenho tempo, com tantos treinos e competições. Talvez nas férias eu consiga. Vivo essa rotina, mas, no fim do ano, por volta do Natal, dou uma parada. Senão, o corpo não aguenta.

CI – Já esteve na Itália?
AZ – Ainda não. É um país que eu gostaria de conhecer. Muito lindo pelo que vemos nas fotos, nos vídeos. É difícil ter uma etapa da Copa do Mundo de ginástica ou outras competições internacionais por lá. Gostaria de conhecer os lugares mais turísticos, como Veneza.

CI – Você aprecia a culinária italiana?
AZ – Gosto muito do macarrão que minha mãe faz. A família se reúne à mesa nos almoços de domingo. Meu pai, meu irmão… Quando viajo e volto, quero logo comer a comida da minha mãe. À bolonhesa é ótimo. Como algum doce, mas na época das competições é preciso moderar.

CI – Como é o seu relacionamento com os ginastas italianos? Matteo Morandi foi medalha de bronze em Londres, onde você ficou com o ouro.
AZ – Eles são excelentes atletas. Muito legais para conversar, não têm estilo de comportamento fechado. Nós conversamos em inglês, língua em que consigo me virar mais ou menos. Não falo espanhol nem italiano. Conheço principalmente os italianos das argolas. Morandi é muito bom, mas na Olimpíada de 2016, no Rio, já deve estar aposentado (ele hoje tem 33 anos).

CI – Além da ginástica, também gostava de jogar futebol, não?
AZ – Gostava dos dois, mas uma hora tive de escolher a ginástica, que pratico desde os sete anos. No futebol, sou torcedor do São Paulo, mas hoje assisto a todos os esportes. Acompanho principalmente vôlei e handebol. Admiro o Bernardinho, técnico da seleção brasileira de vôlei masculino. Fiz uma foto com ele nos Jogos de Londres. Eu não tinha ganhado ainda a medalha de ouro. E antes de ganhá-la ouvi palavras dele que me motivaram muito um dia antes da minha final.

CI – Alguém mais na sua família pratica esporte?
AZ – Meu pai fez atletismo, era velocista; minha mãe, natação. Naquela época era mais difícil viver de esporte. Eles tiveram de parar para trabalhar. Meu irmão, Victor, três anos mais velho do que eu, tentou jogar futebol, mas não deu certo. Meu pai Archimedes é torneiro mecânico, tem habilidade. Fez alguns consertos de aparelhos de ginástica para nós em alguns aparelhos aqui em São Caetano.    

CI – A sua medalha de ouro em Londres deu novo impulso à ginástica no Brasil.
AZ – A ginástica já estava melhorando no país antes disso. Com um brasileiro medalhista olímpico, muita gente se anima e também quer praticar. A tendência é esse esporte crescer.

CI – O que é preciso para desenvolver a ginástica no Brasil?
AZ – O ginásio de São Caetano, onde eu treino, é muito bem aparelhado. Hoje em dia, muitos ginastas são de São Paulo. Precisamos de um centro de treinamento para a seleção brasileira. O Rio, que vai sediar a Olimpíada, deveria ter um. Seria bom espalhar mais centros no resto do país, como no Nordeste, por exemplo.

CI – Você pode ser considerado favorito ao ouro olímpico nas argolas em 2016?
AZ – Favorito, não. Todo mundo que chega à final em uma olimpíada é favorito.

CI – Consegue ganhar a vida só com a ginástica?
AZ – Hoje posso dizer que vivo da ginástica. Treino de manhã e à tarde; à noite, faço faculdade de Educação Física.

CI – Por quantas horas precisa treinar por dia?
AZ – Agora que já passou o Mundial, estou mais tranquilo. Treino cerca de quatro horas e meia. Na época de competições, sete, sete horas e meia.

CI – Além das argolas, sua especialidade, você participou de competições no solo e em saltos no Mundial de outubro na China. Como foi a experiência?
AZ – Foi para ajudar a equipe a somar pontos. O Brasil ficou em sexto lugar, a melhor colocação do país em todos os Mundiais. Por isso, fiz solo e saltos sobre a mesa. Tenho bons resultados no solo: terceiro no Pan-Americano, segundo na República Tcheca, prata na Copa do Mundo…

CI – Conte um pouco sobre o Zanetti, o elemento da ginástica artística criado por você e que por isso leva o seu sobrenome.
AZ – É um elemento difícil, de muita força, e tem valor alto na pontuação. Devo usá-lo a partir do ano que vem. Fico paralelo ao solo com os braços atrás do meu corpo. Depois, subo na argola com os braços para baixo, sempre paralelo ao solo. Precisamos ser cada vez mais perfeitos. Os juízes estão descontando cada vez mais os erros.  

Ficha
Nome: Arthur Nabarrete Zanetti
Data e local de nascimento: 16 de abril de 1990, em São Caetano do Sul (SP)
Altura: 1,56 m
Peso: 63 kg
Especialidade: argolas
Técnico: Marcos Goto
Clube: Sociedade Esportiva, Recreativa e Cultural Santa Maria (SERC/Santa Maria)

Principais resultados internacionais nas argolas:
Medalhas de ouro: Olimpíada de Londres de 2012; Mundial em Antuérpia (Bélgica) em 2013; etapa da Copa do Mundo, Anadia (Portugal) em 2014; etapa da Copa do Mundo, Anadia (Portugal) em 2013; etapa da Copa do Mundo, Doha (Catar) em 2013; etapas da Copa do Mundo, Osijek (Croácia) e Maribor (Eslovênia) em 2012; Jogos Sul-Americanos de Santiago (Chile) em 2014; Jogos Sul-Americanos de Medellín (Colômbia) em 2010.
Medalhas de prata: Mundial de Nanning (China) em 2014; Mundial do Japão em 2011; etapas da Copa do Mundo em Cottbus (Alemanha) e Ostrava (República Tcheca), em 2012; etapa da Copa do Mundo em Stuttgart (Alemanha), em 2010.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.