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Zona externa

16 de fevereiro de 2011 - Por Comunità Italiana

Italianos no exterior preocupam-se com asituação política causada pelos escândalos de Berlusconi e consulados estão preparados para possíveis eleições a qualquer momento

Os escândalos sexuais do primeiro-ministro Sílvio Berlusconi mexem com a opinião dos italianos no exterior. Segundo maior jornal em circulação da Itália, o La Repubblica criou um fórum emseu site para “ouvir” o que os cidadãos“de fora” têm a dizer sobre aatual situação em que se encontra a pátria. O resultado é um enxame de reclamações sobre o comportamento do premier e pedidos para que o mesmo saia do governo.

Consultado pela Comunità, o deputado eleito no Brasil pelos italianos da América do Sul, Fabio Porta, do Partido Democrático,oposição ao governo, afirmou queo desempenho de Berlusconi não condiz com o cargo que possui.

— O Artigo 54 da Constituição pede para aqueles que detêm cargos públicos “disciplina e honra”. O presidente do Conselho de Ministros Berlusconi está ofendendo de maneira despudorada. A sua função não permite esse tipo de comportamento que, entre outrascoisas, compromete a segurançado país. A imagem da Itália nomundo está corrompida por este tipo de comportamento, que temefeitos negativos sobre as nossas comunidades no exterior— afirma.

O presidente do Comitê dos Italianos no Exterior(Comites) do Paraná, Walter Petruzziello, acreditaque o problema maior não é o escândalo sexual que envolveo premier.

— O primeiro-ministro deve responder nas instâncias competentes eventuais crimes que tenha cometido. O maior problema está nos danos  políticos e econômicos que o Governoe a Itália sofrem. Com tudo isso está se deixando de lado asquestões cruciais para a economia italiana e se debatendo as “atividades sexuais” do presidente do Conselho. Neste caso, não acreditoque reste muitas alternativas a ele. Não se pode comandar um país discutindo dia e noite sobre “sexo” e, então, para o bem da Itália seria melhor passar o bastão para outro comandante — acredita.

Porta concorda com Petruzziello. Para o deputado, se a mesma situação ocorresse em qualquer outro país do mundo, o primeiro-ministro já teria renunciado ao cargo.

— Seria um gesto de bom senso e respeito pelas instituições se Berlusconi desse um passo atrás. E, visto que ele tem uma vida privada tão intensa, poderia dedicar ainda mais tempo à ela — declara.

Para o presidente do Comites do Rio de Janeiro, Franco Perrotta,a situação italiana causa constrangimento.

— Eu tenho vergonha de todos os nossos políticos italianos, independente daqueles que estão nogoverno ou dos que estão na oposição. Nunca como agora a política italiana desceu tão baixo com pessoas que estão entrando na políticapara se proteger contra a justiça ou contra outros problemas do dia adia — diz.

Assim como Porta, Perrotta acrescenta que se Berlusconi tiver bom senso ele renuncia ao cargo e afirma ainda que, com a situação atual, é capaz do premier, caso se candidate novamente, voltar a seeleger, pois “não há na Itália alguém que possa fazer frente a ele. Não surgiu ninguém em quem os italianos possam confiar na política”.

A mesma opinião é dividida com Walter Petruzziello, que nãovê “ninguém da direita que possa exercer este papel sem causar divisões e ninguém da esquerda capaz de unir maioria sólida”.

— O que não pode é voltar a acontecer o que ocorreu quando (Romano) Prodi venceu as eleições e depois de dois anos teve que “renunciar”dando ainda mais espaço paraque Berlusconi se tornasse “o grandelíder”. A Itália precisa, verdadeiramente, de um grande líder e quandovamos em busca dele nos deparamos com nomes que não representam esta grande liderança, pois não sei se (Ferdinando)Casini, (Gianfranco) Fini, (Nicola)Vendola, (Francesco) Rutelli,(Massimo) D’Alema e alguns outros menos cotados seriam capazes deunir esta grande nação — revela.

Se o governo Berlusconi “cair”, o presidente Giorgio Napolitano podei ndicar uma nova pessoa para comandar o país até o fim do mandato do atual governo. Caso esse nome não seja encontrado ou não consigao voto de confiança do governo, então Napolitano encerra a legislaturae convoca novas eleições.

O deputado Fabio Porta diz que novas eleições não seriam uma boaopção para o país neste momento, mas continuar do jeito que está também não dá.

— Se não se consegue fazer um governo sem Berlusconi, melhor votar e enviá-lo para casa. Nossos consulados estão preparados para novas eleições, apesar de eu preferirque antes disso haja algumas mudanças para tornar o voto maisseguro e confiável por correspondência, como já foi solicitado peloseleitos no exterior em carta ao presidente da República — diz.

O Conselheiro da Embaixada da Itália no Brasil, Píer Mario Daccò, informou que os consulados estãobem organizados para iniciarem as operações eleitorais em qualquer momento e falou sobre a complexidade da logística na estruturação do processo eleitoral.

— Os principais aspectos organizacionais se relacionam à complementação das listas eleitorais com os que possuem direito,que por diversos motivos não constam nas listas enviadas pelo Ministério do Interior, e a coordenação com as tipografias para a impressão do material e com oscorreios para o envio e recebimento das cédulas eleitorais.

Ainda assim, caso o presidente Napolitano convoque novas eleições, Daccò acredita que o debate político não será prejudicado pelo curto espaço de tempo.

— Depois da convocação, as eleições se realizam após um período de tempo mínimo previsto por  lei e durante o qual o debate políticoocorre normalmente — conclui.

Por aqui, simpatizantes do partido de Berlusconi, Popolo dellaLibertà, preferem não se pronunciar sobre a atual situação da política italiana. Candidato a deputado nas eleições de 2006 pelo PDL, Diego Tomassini, não comenta o assunto.

— Aquele era outro momento. Desliguei-me da política e prefiro não falar sobre isso — revela.

Já o secretário geral da Câmara Italiana de Comércio e Indústria de Santa Catarina, Antonio Moratore, garante que a situação da política italiana não reflete nas relações comerciais entre Brasil e Itália e a “vida pessoal de Berlusconi não tem nada a ver com a vida comercial das empresas italianas.”

— A política italiana é uma política que favorece as empresas e as exportações, independente do problema político. A meu ver, estão explorando a vida privadapara fazer campanha política contrária para as próximas eleições— afirma Moratore que acreditaque “estão querendo misturar as coisas” — Aqui na minha mesa,em Santa Catarina, não chega nada misturado, só os efeitos da políticado governo que são recursos para fazer a promoção de uma feira, deajudar uma empresa. Aliás, com relação às empresas, há muita atenção por parte do atual governo.

Ministério do Desenvolvimento Econômico está investindo bem nos setores de recíproco interesse entre Itália e Brasil, como por exemplo, no setor agroalimentar, que está sendo muito bem atendido agora — completa.

O jurista Walter Fanganiello Maierovitch – ex-desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo e diretor do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone – explica que os interesses econômicos ultrapassam quaisquer problemas.

— No mundo atual, os interesses econômicos são prevalentes. Nesse campo, o premier Berlusconié apenas objeto de anedotas, risos e ironias. Numa terra de gênios como Totó e Eduardo De Filipo, é trágico ouvir, dos interlocutores, risos a respeito de relatos sobre desfrutesexual de prostitutas — apontao jurista, afirmando que a políticaitaliana reflete na economia do país — Apesar do esforço do ministroleghista (Giulio) Tremonti, a interferência do premier tem levado odesastre à economia italiana. O saudoso (Tommaso) Padoa Schioppa,sempre com discrição e em diversas oportunidades, mostrou, do alto dasua experiência e reconhecida competência, como a Itália andava malno governo Berlusconi.

Acostumado a escrever sobre assuntos de grande relevância, principalmente no que diz respeitoao Brasil e à Itália – Maierovitchdefende a extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti – o jurista acredita que a melhor solução para a política italiana não é a convocação de novas eleições.

— A melhor solução seria um governo técnico para substituiro atual e pelo tempo que resta de mandato. Com ânimos serenados, tudo transcorrerá melhor.

 

 

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.